DICAS DE APRENDIZAGEM PARA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN, POR
CRISTINA SILVEIRA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SINDROME DE DOWN (Fonte:
Movimento Down)
Toda criança com deficiência intelectual aprende?
Sim, aprende ! O que acontece é que talvez essa criança não vá aprender da
forma como algumas pessoas estão acostumadas a ensinar. É o que acontece com as
crianças que tem síndrome de Down. A maioria das crianças com síndrome de Down
está em um estágio de desenvolvimento social e emocional anterior aos de seus
colegas, devido às dificuldades de aprendizagem. Como consequência, seu
entendimento de mundo será menos avançado e seu comportamento pode estar mais equilibrado
com o de crianças mais novas. Por isso, o principal trabalho a ser realizado
inicialmente é a aprendizagem de regras para o comportamento social, tais como:
interação com outras crianças, verbalização e entendimento de instruções, saber
dividir, esperar a vez, brincar, cooperar, fazer amizades. Devemos nos lembrar
SEMPRE que Crianças com síndrome de Down, têm períodos de concentração menores,
devido a dificuldades de processamento para dois sentidos por vez (por exemplo:
copiar e ouvir), o que inibe sua habilidade de concentração. Essas dificuldades
são particularmente aparentes nos primeiros anos e muitas crianças pequenas
podem se distrair facilmente, flutuando de uma atividade para outra. Crianças
Down aprendem melhor se forem apresentados os conteúdos de forma mais concreta
e definida.
Rotinas e regras são importantes e melhor aceitas
se forem utilizados recursos visuais que fazem sentido para ela, como
fotografias e objetos reais de referência. A maioria das crianças com síndrome
de Down precisará de apoio adicional de um monitor nos seus primeiros anos
escolares. As atividades trabalhadas pelo monitor em sala de aula devem ser
continuadas em casa e também por outros técnicos que acompanham a criança, como
psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. É necessário para um
desenvolvimento melhor que toda a equipe de técnicos se encontre regularmente
para planejar, comunicar, realimentar e monitorar o progresso da criança. Um
diário de bordo do monitor onde serão registrados todas as suas atividades,
dificuldades e avanços na escola é altamente necessário. Além disso, um caderno
de comunicação para todos os técnicos envolvidos registrarem planos,
observações, ideias e retornos pode ser muito útil. A criança Down tem direito
a ser incluída em escola regular, além de ter um mediador em sala de aula e um
PDI – Plano de Desenvolvimento Individual para ter como alvo áreas específicas
que precisem de atenção especial.
Métodos e Técnicas de aprendizagem para as crianças
Down:
. Tecnologia da informação . Recursos Visuais com
imagens e fotos maiores . Reforço positivo a uma ação . Trabalho de grupo .
Utilize jogos e materiais de aprendizagem coloridos e chamativos. . Faça
contato olhando direto nos olhos. – Use linguagem simples e familiar, e frases
curtas e simples. – Verifique a compreensão – peça à criança que repita as
instruções. – Evite vocabulário ambíguo. – Reforce a fala com expressões
visuais, gestos e sinais. – Reforce instruções faladas com imagens impressas,
fotos, diagramas, símbolos e materiais concretos. – Evite perguntas fechadas e
encoraje a criança a falar mais do que declarações de uma palavra só. –
Encoraje a criança a falar alto oferecendo algo que a estimule visualmente. –
Use materiais concretos, por exemplo, bonecos, cartões que liguem imagens a
palavras, letras para montar palavras, a fim de promover o desenvolvimento da
linguagem. – A aprendizagem se dá num ritmo mais lento. Devemos oferecer-lhe um
maior número de experiências variadas para que aprenda o que o ensinamos – Fica
cansado rapidamente, sua atenção não se mantém por um tempo prolongado
Inicialmente, devemos trabalhar durante curtos períodos de tempo,
aumentando-os pouco a pouco – Às vezes não se interessa pela atividade, ou se
interessa por pouco tempo
Devemos motivá-lo com alegria
e com objetos chamativos e variados, para que se interesse pela atividade –
Muitas vezes não consegue realizar a atividade sozinho.
Devemos ajudá-lo e guiá-lo apenas o necessário para
que realize a atividade, até que consiga fazê-lo sozinho – A curiosidade para
conhecer e explorar o que está à sua volta é limitada
Devemos despertar nele o interesse pelos objetos e pessoas que o
rodeiam, nos aproximando e mostrando as coisas agradáveis e chamativas – É
difícil para ele se lembrar do que já fez e do que aprendeu
Devemos repetir muitas vezes as tarefas já realilzadas, para que se
lembrem de como fazê-las e para que servem – Não se organiza para aprender
sobre os acontecimentos da vida diária
Devemos ajudá-lo sempre a
aproveitar todos os fatos que ocorrem ao seu redor, bem como lembrá-lo de sua
utilidade, relacionando os conceitos com o que foi aprendido na sala de aula –
É mais lento ao responder.
Devemos sempre esperar com
paciência e ajudá-lo, estimulando-o ao mesmo tempo para que responda cada vez
mais rapidamente
– Não costuma inventar ou procurar situações novas
. Devemos conduzi-lo a explorar situações novas, a ter iniciativas – Tem
dificuldades em solucionar problemas novos, mesmo que sejam semelhantes a
outros problemas vividos no passado
Devemos trabalhar
permanentemente, dando-lhe oportunidades de resolver situações da vida diária,
sem anteciparmos nem responder em seu lugar – Consegue aprender melhor quando
foi bem sucedido em situações anteriores
Devemos saber em que ordem
devemos ensiná-lo, oferecendo muitas oportunidades de sucesso. Apresente
situações que são possíveis para o aluno e aumente progressivamente o grau de
dificuldade – Quando conhece imediatamente o resultado positivo de sua
atividade, se interessa mais em seguir colaborando
Devemos dizer-lhe sempre o quanto se esforçou, o quanto já alcançou,
animando-o pelo sucesso já alcançado. Assim é possível que ele se interesse
mais pela atividade e aguente trabalhar por mais tempo – Quando participa
ativamente da tarefa, aprende melhor e se esquece menos
Devemos planejar atividades em que ele intervenha ou atue como sujeito
principal – Quando se pede que ele realize muitas tarefas em pouco tempo, se
confunde e rejeita a situação
Devemos selecionar as tarefas
e dividi-las pelo tempo, de forma que não se confunda nem se canse.
Cada etapa tem suas características próprias, mas é
preciso prestar atenção especial a alguns aspectos, desde o começo da ação
educativa no programa de estimulação precoce e ao longo de todo o processo
educativo: – A programação por objetivos – O desenvolvimento das capacidades,
tendo em conta que se trata de um processo evolutivo – O desenvolvimento da
atenção – O desenvolvimento da percepção e discriminação – O desenvolvimento
das habilidades manuais – A comunicação e linguagem – O desenvolvimento da
leitura, escrita e cálculo – A educação para autonomia – O desenvolvimento de
valores Vamos contribuir, deste modo, para formar um adulto que seja maduro,
responsável e feliz, que seja: – capaz de se sentir bem consigo mesmo –
disposto a sentir-se bem com os outros e a que os outros se sintam bem com ele
– capaz de enfrentar os desafios e as dificuldades que vierem – pronto a
resolver e tomar decisões por conta própria, contando com ajuda somente quando
for necessário – capaz de assumir sua própria responsabilidade Aprender
com atividades manuais.
Cristina Silveira Psicopedagoga , Psicanalista e
arte-terapeuta Especialista em educação inclusiva
FONTE: https://tudobemserdiferente.wordpress.com/2014/03/25/dicas-de-aprendizagem-para-crianca-com-sindrome-de-down-por-cristina-silveira/
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