existir

A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

terça-feira, 19 de março de 2013

Empregabilidade da pessoa com síndrome de Down

Autora: Marina da Silveira Rodrigues Almeida – Consultora em Educação Inclusiva. Psicóloga e Pedagoga especialista – Instituto Inclusão Brasil. Contato: inclusao.brasil@iron.com.br
Trabalhar é um dos melhores instrumentos de que dispomos enquanto seres humanos, para nos realizarmos como pessoas, para manifestarmos operativamente nossas necessidades e nossa obrigação de servir os demais.
Depois vem a satisfação pessoal que o emprego nos reporta, a criatividade do trabalho realizado, o salário que por ele se recebe, nos permitindo cobrir nossas necessidades e nossos gostos pessoais, motivos esses todos legítimos que engrandecem a realidade humana e o que implica em trabalhar.
Infelizmente encontramos muitas barreiras para conseguirmos com que a pessoa com deficiência intelectual possa realizar-se com dignidade e inteireza em sua identidade como pessoa trabalhadora.
Os empresários alegam alguns motivos para manterem mais resistência a disponibilizar vagas para pessoas com deficiência intelectual, como por exemplo, pessoas com síndrome de Down, optando preencherem as cotas com pessoas com outros tipos de deficiência. Verificamos sérios mitos e esteriótipos neste impedimento da contratação, citaremos alguns: não é bom para a imagem da empresa ter pessoas com deficiência intelectual, pessoas com deficiência intelectual não se relacionam bem, cometem demasiadamente erros, não se interagem com as equipes de empregados, apresentam dificuldades de arrumar postos de trabalho/vagas aonde possam desempenhar-se com sucesso, não são competitivos e atrapalham a produção dos resultados da empresa, etc.
Notamos que estas observações são baseadas em mitos e preconceitos em relação à pessoa com deficiência intelectual, como alguém desprovida de maturidade, autonomia e independência.

Num panorama geral, o processo de exclusão historicamente imposto às pessoas com deficiência deve ser superado por intermédio da implementação de políticas inclusivas, ações afirmativas e pela conscientização da sociedade acerca das potencialidades dessas pessoas.
Para fins da inserção no mercado de trabalho das pessoas com deficiência intelectual, defendemos neste artigo, os princípios do Emprego com Apoio.
O deficiente intelectual, podendo ser uma pessoa com síndrome de Down, deverá ter as mesmas oportunidades para obter seu emprego, porém dentro de sua singularidade deverá ser respeitado suas necessidades por meio dos níveis de apoio necessários para sua efetiva inserção no mercado de trabalho e redes de apoio necessárias para promover sua autonomia.

Embasados na Resolução nº. 2 artigos 10 e 16 entendemos como intensidades de redes de apoio à pessoa deficiente intelectual, segundo os critérios utilizados pela Organização Mundial de Saúde. Sendo assim, para o Emprego com Apoio poderemos utilizar as mesmas mediações e níveis de apoio a cada caso individual para sua inserção no mercado de trabalho.
Temos quatro níveis de apoio para pessoas com deficiência intelectual:

1. Intermitente: apoio quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica. Assim, a pessoa não precisa sempre de apoio ou requer apoio de curta duração durante momentos de transição em determinados ciclos da vida (por exemplo, perda do emprego ou fase aguda de uma doença). Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade.
2. Limitado: apoios intensivos caracterizados por sua duração, por tempo limitado, mas não intermitente. Pode requerer um menor número de profissional e menor custo que outros níveis de apoio mais intensivos (por exemplo, treinamento para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola e a vida adulta).
3. Extenso: apoios caracterizados por sua regularidade (por exemplo, diária) em pelo menos em algumas áreas (tais como na vida familiar ou na profissional) e sem limitação temporal (por exemplo, apoio em longo prazo e apoio familiar em longo prazo).

4.Generalizado: apoios caracterizados por sua constância e elevada intensidade, proporcionados em diferentes áreas, para proporcionar a vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.
Para cada necessidade e perfil individual da pessoa com síndrome de Down se busca encontrar um encaminhamento ocupacional, dentre os cinco eixos de ocupações que apresentaremos logo abaixo.
Primeiro vamos exemplificar alguns dos níveis de apoio necessários: apoio para ajudar a pessoa a aprender a realizar as tarefas da nova ocupação, adaptar sua vida a nova realidade com chefes, companheiros, departamentos, direitos e deveres, apoio para que os trabalhadores também se acomodem a sua presença e nunca o subestimem ou o subproteja, apoio para solucionar problemas que possam surgir aprender a lidar com seu salário, locomoção, apoio a família para que se adapte a nova realidade de seu filho (a) e apoio a sua extensão de sua autonomia vital.
Dentro deste modelo encontramos deste a colocação do emprego formal, de pessoas com deficiência intelectual que precisam de apoio intermitente até os casos de apoio generalizado, realizando ocupações produtivas em empresas cooperativas que organizam atividades manuais, artesanais em escala competitiva.
Como se pode compreender, a natureza de cada uma destas modalidades, seu funcionamento e sua relação de vinculação como trabalho são extraordinariamente diverso, mas nunca uma visão simplificada.
Não é novo o esforço de múltiplas associações que dedicarem-se a atenção das pessoas com síndrome de Down a buscarem colocação no mercado de trabalho após a etapa educativa.
Propomos aqui o modelo do Emprego com Apoio para pessoas com deficiência intelectual. Este modelo de intervenção nasceu nos Estados Unidos, nos anos 70, sendo a Irlanda o primeiro país europeu a aplicá-lo. A partir deste momento, vão surgindo numerosas iniciativas em outros países, incluindo a Espanha, Itália, considerando que o Emprego com Apoio é o melhor modelo amplamente experimentado e validado.
São numerosos os perfis profissionais que estão sendo desenvolvidos com os jovens com síndrome de Down: auxiliar de cozinha, auxiliar de mercearia, auxiliar de lavanderia, repositor de mercadorias, operário de limpeza, arrumadeira em rede hotelaria, dentre outros.
Através da metodologia do Emprego com Apoio, é necessário pesquisar as disponibilidades de vagas nas empresas e o treinamento diretamente nos postos de trabalhos. Esta intervenção é realizada por um profissional que chamaremos de Preparador Laboral ou Mediador Laboral. Este profissional que prestará o apoio ao novo trabalhador e a empresa, até que o mesmo tenha total autonomia em sua realização em suas tarefas e funções.
No Brasil, caminhamos perto disto, mas ainda a visão e seus princípios estão mais próximos da integração do que verdadeiramente uma ação inclusiva como nestes países citados acima.
Levantamos alguns aspectos sobre o trabalho e como esta atividade irá mobilizar tanto a pessoa com deficiência intelectual e como a empresa ganha com isso:
Para a pessoa com síndrome de Down:
Independência e Autoconceito: ter consciência de sua própria existência
Auto estima: ter consciência de amar, respeitar e se valorizar
Autoconfiança: acreditar na capacidade de aprender, de produzir e compartilhar
Participação e apoio da família em todo processo
Para a Empresa:
Agrega valor na empresa: responsabilidade social
Benefícios para todos os empregados
Humanização e enriquecimento das relações interpessoais no trabalho
Cooperação e solidariedade
Investimento em capacitação para todos os funcionários
Avaliação do desempenho passa a ser contínua e não apenas no enfoque dos resultados
Adequação para atender a diversidade humana

Temos cinco categorias estabelecidas para empregabilidade das pessoas com deficiência intelectual, segundo os níveis de apoio necessários para a cada singularidade e seus amparos na legislação brasileira:
1.Aprendiz – com remuneração (com perfil já qualificado – necessita estar em um curso profissionalizante ou cursando, através dos seguintes órgãos oficiais: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI , Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SENAT e Serviço Nacional de Cooperativismo – SESCOOP).também a formação poderá se dar nas Escolas Técnicas de Educação, inclusive as agrotécnicas e Entidades sem Fins Lucrativos, que tenham por objetivos a assistência ao adolescente e a educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (arts. 429 e 430 da CLT). Regulamentada pelo Decreto nº 5.598/05, Lei da Aprendizagem proporciona à juventude brasileira os conhecimentos teóricos e práticos necessários ao desempenho de uma profissão. Propicia aos aprendizes de 14 a 24 anos, ainda, a chance de terem sua primeira experiência como trabalhadores, a partir do contrato especial de trabalho firmado com as empresas. A aprendizagem prepara o indivíduo para desempenhar atividades profissionais e ter capacidade de discernimento para lidar com diferentes situações no mundo do trabalho. A formação técnico-profissional deve ser constituída por atividades teóricas e práticas, organizadas em tarefas de complexidade progressiva, preferencialmente em programa correlato às atividades desenvolvidas nas empresas contratantes, sempre em funções que exijam formação profissional. Essa formação realiza-se em programas de aprendizagem organizados e desenvolvidos sob a orientação e responsabilidade de instituições de aprendizagem legalmente qualificadas. A matrícula em programas de aprendizagem deve observar a prioridade legal atribuída aos Serviços Nacionais de Aprendizagem e, subsidiariamente, às Escolas Técnicas de Educação e às Entidades sem Fins Lucrativos (ESFLs), que tenham por objetivos a assistência ao adolescente e a educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, em se tratando de aprendizes na faixa dos 14 aos 18 anos. No que se refere aos aprendizes a partir dos 18 até os 24 anos e àqueles com deficiência, ainda não foi editada regulamentação específica complementar, devendo ser aplicada a legislação vigente, no que couber. Caso o aprendiz seja portador de deficiência, não haverá limite máximo de idade para a contratação (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 5.598/05). Por se tratar de um direito trabalhista, regido pela CLT, cabe ao MTE fiscalizar o cumprimento da legislação sobre a aprendizagem, bem como dirimir as dúvidas suscitadas por quaisquer das partes envolvidas. Os estabelecimentos de qualquer natureza, independentemente do número de empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei (art. 429 da CLT). É facultativa a contratação de aprendizes pelas microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP), inclusive as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições, denominado “Simples” (art. 11 da Lei nº 9841/99), bem como pelas Entidades sem Fins Lucrativos (ESFLs) que tenham por objetivo a educação profissional (art. 14 do Decreto nº 5.598/05). A cota de aprendizes está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, por estabelecimento, calculada sobre o total de empregados cujas funções demandem formação profissional, cabendo ao empregador, dentro dos limites fixados, contratar o número de aprendizes que melhor atender às suas necessidades. As frações de unidade darão lugar à admissão de um aprendiz (art. 429, caput e § 1º da CLT). (Manual da aprendizagem: o que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz, 2006.)
2.Trabalho Formal – com remuneração (preenchimento de vagas através da Lei de Cotas). A Convenção nº 159/83, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 51, de 28 de agosto de 1989, o que lhe outorgou força de lei. Seu princípio basilar esteia-se na garantia de um emprego adequado e na possibilidade de integração ou reintegração das pessoas com deficiência na sociedade. A legislação estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas com cem (100) ou mais empregados preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência. A reserva legal de cargos é também conhecida como Lei de Cotas (art. 93 da Lei nº. 8.213/91). Esta cota depende do número geral de empregados que a empresa tem no seu quadro, na seguinte proporção, conforme estabelece o art. 93 da Lei nº. 8.213/91: de 100 a 200 empregados – 2%, de 201 a 500 – 3%, de 501 a 1000 – 4% e de 1.001 em diante – 5%.
4. Trabalho Competitivo Apoiado – Individual – Enclave – Equipe Móvel (oficinas protegidas/terapêuticas).
Individual emprego em empresas de micro, médio e grande porte mais com apoio contínuo do mediador.
Enclave: grupo de até oito pessoas, trabalhando juntas dentro de uma única empresa comercial ou industrial de grande porte, sob supervisão da empresa e com o apoio de um mediador.
Equipes móveis: grupo de pessoas com deficiência prestando serviços a comunidade intermediado e contratado pela instituição.
Oficinas protegidas ou terapêuticas: atendimento a pessoas com deficiência que por algum motivo não conseguiram inserção no mercado de trabalho. O objetivo da oficina é a inclusão social que poderá ter em caráter temporário ou permanente.

5.Trabalho Autônomo: Cooperativa – Microempresa – Indústria caseira -Individual – com remuneração – (trabalho apoiado com tutoria ou supervisão, através de grupos de pessoas organizadas que produzem um determinado produto competitivo). É considerado o processo de fomento da ação de uma ou mais pessoas, mediante trabalho autônomo, cooperativado ou em regime de economia familiar, com vista à emancipação econômica e pessoal (art. 35, III, do Decreto nº. 3.298/99).
As cooperativas têm como conseqüências:
Geração de renda as pessoas com deficiência intelectual e ou múltipla, bem com as suas famílias carentes.
Promove a “desistitucionalização” das pessoas com deficiência.
Promover a melhora da qualidade de vida
Incentivar a inclusão social
Desenvolver a auto-estima
Promover família como foco de atenção da instituição

A mídia, nacional e internacional, tem exposto alguns exemplos de empregabilidade com bons resultados. É crescente o número de empresas de todo mundo que tentam cumprir sua responsabilidade social, através das Leis de cotas, que tentam garantir o ingresso, acesso e permanência no mercado de trabalho. Porém é conveniente apontar uma reflexão para a opinião pública sua consciência do que estamos falando. Precisamos sair dos modelos que implicam apenas a inclusão destas pessoas como uma obrigação legal, por assistencialismo e benemerência, mas reconhecer suas reais capacidades, competências e habilidades produtividade, como pessoa humana, em seu exercício de cidadania.
O trabalho é um valor importante na vida humana de qualquer pessoa com ou sem deficiência, deve servir para enriquecer a pessoa, sua personalidade e nunca como fonte de discriminação e sofrimento.
No caso das pessoas com síndrome de Down, o trabalho amplia seu campo de autonomia pessoal, suas relações sociais, sua capacidade produtiva, sua capacidade criativa, bem como sua identidade enquanto pessoa e satisfação pessoal consigo mesma.
Contudo, o trabalho não é um fim em si mesmo, mas um meio vital de cumprir sua função social a que pertence.
Em conseqüência, conseguir a inclusão da pessoa com síndrome de Down num trabalho formal é um magnífico e desejado desafio. Mas, este serviço deverá ser realizado com o adequado apoio. Partimos do pressuposto que o mesmo modelo do trabalho é o que se segue na escola inclusiva; precisamos também que sejam cumpridos os seis tipos de acessibilidade:

1. Acessibilidade arquitetônica: sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual ou coletivo.
2. Acessibilidade comunicacional: sem barreiras na comunicação interpessoal (face-a-face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, uso do computador portátil), virtual (acessibilidade digital).
3. Acessibilidade metodológica: sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social, cultural, artística etc.), de educação dos filhos (familiar).
4. Acessibilidade instrumental: sem barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva etc.).
5. Acessibilidade programática: sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias etc.), normas e regulamentos (institucionais, empresariais etc.).
6. Acessibilidade atitudinal: sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, nas pessoas em geral.

A propósito, a acessibilidade tecnológica não constitui um outro tipo de acessibilidade e sim o aspecto tecnológico que permeia as acessibilidades acima, com exceção da atitudinal.
Podemos, dizer que uma empresa é inclusiva, na medida em que esteja implementando gradativamente as medidas efetivas dentro dos seis contextos de acessibilidade, ou seja, modificando-se para atender a diversidade humana.
Ressaltamos também a importância de desenvolver no trabalho, os quatro pilares da Unesco como eixos centrais para a empregabilidade, desenvolvimento as competências, capacidades e habilidades da pessoa com síndrome de Down: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conviver.

A pessoa com síndrome de Down precisará continuar seguindo sua formação laboral, como qualquer pessoa, mantendo sua forma física saudável, abrindo-se para outras realidades que enriqueçam sua personalidade, para isso precisa de tempo e desenvolvimento individual. Por isso o horário e tipo de emprego precisam ser compatíveis e flexíveis a sua realização destas atividades e encontrar dia a dia, um sentido a sua rica experiência.
Temos ainda muitos desafios, mas este artigo aponta para inúmeras maneiras de como empregar uma pessoa com deficiência intelectual. Muitas portas foram abertas, sabemos hoje que empregar uma pessoa com deficiência intelectual já é uma realidade possível, precisamos cada vez mais ganhar espaço e deixarmos nossos preconceitos e resistências para trás.
Bibliografia:
Manual da aprendizagem: o que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz. – Brasília: MTE, SIT, SPPE, 2006.
A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. – Brasília: MTE, SIT, DEFIT, 2007.
Viégas, Conceição de Maria Corrêa. Educação profissional : indicações para a ação : a interface educação profissional / educação especial. Brasília:MEC/SEESP, 2003.
ALONSO CASTREJÓN, M.J. (Coord.)Programa para el desarrollo de la autonomía.Vol. 1: Enséñame a cuidarme Vol. 2: Enséñame a colaborar en la casa Vol. 3: Enséñame a moverme por el mundo. Comunidad de Madrid, Consejería de Educación, Madrid 2000. ISBN (obra completa): 84-451-1764-5

http://www.down21.org/revista/2004/Marzo/Libros.htm
ILLÁN, N. Materiales para trabajar la autonomía y vida independiente de las personas con discapacidad psíquica. Estrategias para la inserción laboral y Programa de relajación. Fundown, Murcia 2005. ISBN: 84-609-2831-4http://www.down21.org/revista/2005/Agosto/Libros.htm
MONTOBBIO, E. El viaje del señor Down al mundo de los adultos. Masson y Fundación Catalana Síndrome de Down, Barcelona 1995 ISBN: 84-458-0347-6 ALBA, A., MORENO, F. Discapacidad y mercado de trabajo Gente Interactiva, S.L. Caja Madrid, Obra Social, Madrid 2004. ISBN: 84-609-0079-7

http://www.down21.org/revista/2004/Noviembre/Libros.htm
CANALS, G., DOMÈNECH, M. Proyecto Aura: Una experiencia de integración laboral de jóvenes con síndrome de Down. Ediciones Milán y Fundación Catalana Síndrome de Down, Barcelona 1984. ISBN: 84-7818-155-5
FEISD El preparador laboral: perfil profesional. FEISD, Madrid 2005.http://www.down21.org/revista/2005/Diciembre/Libros.htm
QUECEDO, J., MARTÍN L., RODRÍGUEZ, C. Proyecto Brecha: Una experiencia innovadora de empleo con apoyo en la ciudad de BurgosAsociación Síndrome de Down de Burgos, Burgos 2005.ISBN: 84-609-5423-4

http://www.down21.org/revista/2005/Noviembre/Libros.htm

Dicas para pais



Como exemplo e sabendo que há inúmeras possibilidades e caminhos e a serem seguidos, aqui vão algumas sugestões (adaptadas de Espinosa de Gutiérrez) de soluções a problemas frequentemente encontrados. Apesar de se referirem a estudantes com deficiência intelectual em geral, também se aplicam a alunos com síndrome de Down.
- A aprendizagem se dá num ritmo mais lento

Devemos oferecer-lhe um maior número de experiências variadas para que aprenda o que o ensinamos
- Fica cansado rapidamente, sua atenção não se mantém por um tempo prolongado
Inicialmente, devemos trabalhar durante curtos períodos de tempo, aumentando-os pouco a pouco
- Às vezes não se interessa pela atividade, ou se interessa por pouco tempo
Devemos motivá-lo com alegria e com objetos chamativos e variados, para que se interesse pela atividade
- Muitas vezes não consegue realizar a atividade sozinho
Devemos ajudá-lo e guiá-lo apenas o necessário para que realize a atividade, até que consiga fazê-lo sozinho
- A curiosidade para conhecer e explorar o que está à sua volta é limitada
Devemos despertar nele o interesse pelos objetos e pessoas que o rodeiam, nos aproximando e mostrando as coisas agradáveis e chamativas
- É difícil para ele se lembrar do que já fez e do que aprendeu
Devemos repetir muitas vezes as tarefas já realilzadas, para que se lembrem de como fazê-las e para que servem
- Não se organiza para aprender sobre os acontecimentos da vida diária
Devemos ajudá-lo sempre a aproveitar todos os fatos que ocorrem ao seu redor, bem como lembrá-lo de sua utilidade, relacionando os conceitos com o que foi aprendido na sala de aula
- É mais lento ao responder
Devemos sempre esperar com paciência e ajudá-lo, estimulando-o ao mesmo tempo para que responda cada vez mais rapidamente
- Não costuma inventar ou procurar situações novas Devemos conduzi-lo a explorar situações novas, a ter iniciativas
- Tem dificuldades em solucionar problemas novos, mesmo que sejam semelhantes a outros problemas vividos no passado

Devemos trabalhar permanentemente, dando-lhe oportunidades de resolver situações da vida diária, sem anteciparmos nem responder em seu lugar
- Consegue aprender melhor quando foi bem sucedido em situações anteriores
Devemos saber em que ordem devemos ensiná-lo, oferecendo muitas oportunidades de sucesso. Apresente situações que são possíveis para o aluno e aumente progressivamente o grau de dificuldade
- Quando conhece imediatamente o resultado positivo de sua atividade, se interessa mais em seguir colaborando

Devemos dizer-lhe sempre o quanto se esforçou, o quanto já alcançou, animando-o pelo sucesso já alcançado. Assim é possível que ele se interesse mais pela atividade e aguente trabalhar por mais tempo
- Quando participa ativamente da tarefa, aprende melhor e se esquece menos
Devemos planejar atividades em que ele intervenha ou atue como sujeito principal
- Quando se pede que ele realize muitas tarefas em pouco tempo, se confunde e rejeita a situação
Devemos selecionar as tarefas e dividi-las pelo tempo, de forma que não se confunda nem se canse
Cada etapa tem suas características próprias, mas é preciso prestar atenção especial a alguns aspectos, desde o começo da ação educativa no programa de estimulação precoce e ao longo de todo o processo educativo:
- A programação por objetivos
- O desenvolvimento das capacidades, tendo em conta que se trata de um processo evolutivo
- O desenvolvimento da atenção
- O desenvolvimento da percepção e discriminação
- O desenvolvimento das habilidades manuais
- A comunicação e linguagem
- O desenvolvimento da leitura, escrita e cálculo
- A educação para autonomia
- O desenvolvimento de valores
Vamos contribuir, deste modo, para formar um adulto que seja maduro, responsável e feliz, que seja:
- capaz de se sentir bem consigo mesmo
- disposto a sentir-se bem com os outros e a que os outros se sintam bem com ele
- capaz de enfrentar os desafios e as dificuldades que vierem
- pronto a resolver e tomar decisões por conta própria, contando com ajuda somente quando for necessário
-  capaz de assumir sua própria responsabilidade
Fonte: Fundação Iberoamericana Down 21


OS DEZ ALIMENTOS MAIS SAUDÁVEIS


Autoria: SITE SAÚDE

  
Resuno:
Aqui está uma descrição rápida dos 10 alimentos mais saudáveis:


Iogurte. Meu lema é "um iogurte por dia". Carregado com nutrientes, como o cálcio construtor de ossos sadios, proteínas, vitaminas B e bactérias que auxiliam a ter um sistema imunológico saudável e colocam nosso trato gastro-intestinal na linha. Um grande alimento ou lanche portável e fácil de encontrar. Aveia. Sim, aveia! É uma grande fonte de energia de longa duração, cheia de vitaminas e minerais benéficos para o coração (não somente um slogan, mas cientificamente comprovado). Salmão. Mais rico em gorduras que os outros peixes, porém uma gordura que é essencial para nossa pele, cérebro, coração e artérias. O que mais poderíamos pedir de uma comida gordurosa e saborosa? Legumes. São alimentos que provêm muita energia, vitaminas e minerais, assim como uma proporção quase igual de proteínas de qualidade incluídas na lista de alternativa para carnes. Legumes também contêm uma grande proporção de fibras solúveis e insolúveis, fitoquímicos que combatem doenças e, como a aveia, provêm energia de longa duração. Repolho. Ok, posso escutar agora, argh repolho? Repolho é um vegetal crucífero como brócolis, couve-flor e couve-de-bruxelas. Escolhi o repolho por causa da sua versatilidade. Vegetais crucíferos contêm vários fitoquímicos que combatem câncer, assim como vários outros nutrientes. Repolho pode ser comido inteiro ou cortado, cru ou cozido, e ainda pode ser adicionado a sopas, saladas e sanduíches. Eu adiciono repolho vermelho todos os dias à minha salada. Tomate. O tomate cozido recentemente recebeu fama por sua grande quantidade de licopeno, um fitoquímico que combate doenças e é especialmente conhecido por ajudar a combater o câncer de próstata. E, já que o tomate é tão popular, versátil, amplamente disponível por todo o ano, eu o classifico como uma superestrela. Beba suco de tomate (um ótimo supressor de apetite natural) e coma muito molho de tomate. Espinafre. Ainda que o espinafre esteja na lista dos 10 mais, isso não se deve à sua quantidade de ferro, a qual não é facilmente absorvida por nosso organismo (desculpe Popeye). Entretanto, o espinafre contém todos os fitoquímicos para saúde de nossos olhos. De fato, a retina em nosso olho contém a maior concentração de pigmentos fitoquímicos. Espinafre também possui grande quantidade de vitaminas B, então é bom para nosso coração, nervos e para o crescimento de novas células (já ouviu falar recentemente do folato para prevenção de doenças neurológicas em recém-nascidos?). Batata doce. Cheia de amido, doce e carregada de carotenóides, vitamina C e vitaminas B, a batata tem apenas em torno de 120 calorias para cada 12 centímetros. Se formos criativos, podemos ter a batata de várias formas como uma mini-refeição ou lanche. Pipoca. Você deve estar indagando, pipoca? Sim, alimentos de lanche são importantes e a pipoca encabeça a lista. Com poucas calorias, muito pouca gordura (se estourada com ar quente), e ainda leva muito tempo para ser comida (bom para os que gostam de estar sempre comendo). Pipoca tem a maior quantidade de fibras para um alimento de lanche também. Não a coma somente no cinema!




POLIVITAMÍNICOS NA SÍNDROME DE DOWN


Autoria: Meire Gomes - Pediatra Geral formada pela Universi


Resuno:
Uso de polivitamínico em pacientes com SD


É ainda corrente a hipótese de que o uso de suplemento regular de multivitaminas teria efeitos positivos na saúde e no desenvolvimento das crianças com SD. Vamos discutir então os pontos ainda controversos: Muitos trabalhos já foram publicados recomendando o uso de multivitaminas para crianças com SD, porém os trabalhos que usaram placebo e estudos duplo-cego não demonstram diferenças entre crianças tratadas e não-tratadas; alguns trabalhos inclusive relatam o aparecimento de efeitos colaterais. A vitamina A em excesso provoca aumento da pressão intracraniana, ressecamento da pele e queda de cabelos; a vitamina C, por ter o excesso eliminado pelos rins, pode levar à formação de cálculos e o Zinco provoca dor abdominal com freqüência considerável. Segundo editorial da "Down Syndrome Quarterly" (Volume 2, Number 3, September 1997 - apoiado por mais de 40 referências bibliográficas) parâmetros como melhora das funções cognitivas, ganho de estatura ou maior desempenho motor não foram demonstrados tão claramente pelos laboratórios que indicam multivitaminas para uso regular na SD .Revisões de literatura nos fazem chegar à conclusão de que o uso generalizado de multivitaminas deve ser desestimulado, sendo seu uso restrito a situações individuais. Como qualquer criança, as crianças com SD necessitam de reposição vitamínica em situações especiais, como nos períodos de convalescença, na anemia, nas fases de hiporexia e outras. Algumas crianças sofrem de síndrome de má-absorção, possuindo realmente necessidades diferenciadas, como no caso das crianças com doença celíaca, dos pacientes submetidos à ressecções intestinais e outros. O seguimento clínico, a avaliação do peso-estatura Down para a idade cronológica e a integridade da pele são alguns dos parâmetros para deficiência de zinco, por exemplo. Busciglio & Yanker (1995) sugeriram que o uso de antioxidantes (vits C, E, Betacaroteno) protegeriam os neurônios da ação dos radicais livres, porém foi um estudo in vitro. A ação dos radicais livres, bem como a dose dos elementos que deveriam ser usados para promover tal ação não é especificada. O bom senso nos recomenda usar tais vitaminas nas doses e períodos seguros. Outros estudos mais recentes são mais animadores, mas ainda existem pontos importantes sem resposta. Muitas das disfunções enzimáticas encontradas na síndrome de Down não têm, pelo menos até o presente momento, implicação prática alguma, não passando de meros achados bioquímicos; outras, podem ter relevância em situações como o Alzheimer por exemplo. Toda tentativa de minimizar os possíveis danos causados por radicais livres é bem-vinda, porém devemos considerar o custo de determinados tratamentos de ação incerta e segurança questionável. Os anti-oxidantes por excelência são a vitamina E, A e C, além do oligolemento Selênio, e são encontrados em frutas e verduras frescas. Para uma suplementação, a dose anti-oxidante desses elementos ainda é controversa e seu uso prolongado é desaconselhado pelos mais cautelosos, por não haver segurança garantida a longo prazo. Ou seja, a relação risco-benefício ainda é nebulosa. O Selênio é apontado como anti-cancerígeno e parece ofertar efeito protetor contra o Alzheimer. O brócolis tem teor elevado de Selênio, bem como os frutos do mar e o fígado. Seu excesso provoca queda de cabelos e enfraquecimento das unhas, daí preferimos extraí-lo da alimentação. O fígado pode ser inserido na papinha salgada, bem como o brócolis e o espinafre. Os frutos do mar ficam para depois dos 2 aninhos, por conterem proteínas alergizantes. Um multivitamínico de uso corrente atualmente, que tem a vantagem de ter doses seguras de Selênio e dos outros anti-oxidantes, porém contém doses elevadas de vitaminas do complexo B e cerca de 25 elementos com IDR (ingestão diária recomendada) ainda indefinidas. Nossa conduta, portanto, tem sido individualizada, repondo ferro, folato, vitaminas lipo e hidrossolúveis conforme a necessidade, utilizando parâmetros clínicos e laboratoriais.





A PELE DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN



Autoria: Meire Gomes


Resuno:
Pediatra Geral formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria.


É relatada uma deficiência de imunidade celular e da resposta da IgG nas crianças com SD. Essa alteração imunológica provavelmente está ligada à susceptibilidade que os meninos e meninas Down apresentam às ectoparasitoses e às infecções de pele, sejam elas bacterianas, fúngicas ou virais. As crianças com SD mais freqüentemente desenvolvem sarna norueguesa (sarna crostosa), semelhante ao que ocorre em portadores das mais diversas imunodeficiências. As crianças Down com Dermatite Atópica (DA) requerem cuidados dermatológicos. A DA comumente está relacionada a uma maior predisposição à dermatoses outras, tais como queilite angular, foliculite, piodermites. É razoável esperar que a pessoa com SD e DA apresente também uma freqüência aumentada de problemas dermatológicos. Devemos estar atentos a estes fatos, considerando que as infecções de pele podem abrir porta para infecções invasivas, como pneumonia , endocardite bacteriana e meningite.A pele é o maior órgão do corpo humano e constitui uma importante barreira contra infecções -- cuidar bem da pele, portanto, significa prevenir muitas doenças. Nesse artigo, vamos discutir os principais pontos da dermatologia da Síndrome de Down e apresentar os cuidados básicos com a pele. 1. Achados dermatológicos não necessariamente associados a doenças: 1.1 - Pele A "cutis marmorata", mais conhecida como "pele mosqueada", confere à pele da criança um aspecto de um rendilhado violáceo, como se a pele recebesse um desenho. Ocorre por uma disfunção dos vasos sangüíneos (instabilidade vascular) e pode estar presente mesmo que a criança esteja muito bem de saúde. Em vigência de alterações cardiológicas e febre, por exemplo, o efeito pode ser mais intenso. A "cutis marmorata" é mais comum nas pessoas com SD que na população geral, acometendo cerca de 12% das crianças. A xerose acomete até 70% das crianças, com aumento da área cutânea acometida na adolescência e idade adulta. A deficiência de vitamina A e o hipotireoidismo podem contribuir para que a pele se torne mais ressecada. A ocorrência de hipercarotenemia - deposição na pele do betacaroteno contido nos horti-frutigranjeiros de cor amarelada - parece ser mais freqüente na criança com SD que na população geral, porém alguns autores afirmam que não há diferença estatisticamente significativa. Bioquimicamente, o portador de SD pode não metabolizar bem o excesso do betacaroteno e para essas crianças, a hipercarotenemia pode ser mais freqüente. De qualquer forma, uma dieta equilibrada reduz essa possibilidade. Caso encontremos o tom amarelado em região palmo-plantar que caracteriza a hipercarotenemia, devemos suspender temporariamente o consumo de mamão, abóbora e cenoura. Alguns autores relatam incidência aumentada em pacientes portadores de Hipotireoidismo. A pele do portador de SD tende a envelhecer mais precocemente e podemos encontrar em adultos jovens lentigos, hipopigmentações, hiperpigmentações e áreas de atrofia cutânea. 1.2 - Boca e Língua A língua geográfica ocorre em cerca de 10% das crianças com SD e a língua fissurada (anteriormente denominada língua escrotal) ocorre em cerca de 80% dos portadores de SD; a causa específica dessas duas entidades ainda é desconhecida. Queilite angular e fissuras nos lábios também são achados mais freqüentes em portadores de SD que na população geral que, juntamente com a língua fissurada, são mais freqüentes com o passar dos anos. 1.3 - Cabelos Os cabelos, habitualmente finos e macios, podem apresentar hipopigmentação e fragilidade. 2. Achados patológicos Como mencionado anteriormente, 70% dos portadores de SD apresentam xerose que tende a se intensificar com o passar dos anos. Metade das crianças apresenta dermatite atópica e cerca de 1/3 delas apresenta dermatite seborréica. 2.1 - Dermatite Atópica (DA) A dermatite atópica é mais comum nas crianças com antecedentes familiares de alergia; tende a aparecer nos primeiros meses de vida e em alguns casos melhora na adolescência. É caracterizada por dois tipos básicos de lesões: as avermelhadas com bordos ressecados que lembram as micoses e as esbranquiçadas, não raro confundidas com "pano branco" ou inadvertidamente relacionadas a "manchas de giardia", crença bastante difundida no nordeste brasileiro. Além das manchas, o ressecamento cutâneo e o baixo limiar para o prurido caracterizam a DA. Cerca de 30% das crianças abaixo de 10 anos e até 80% dos adultos apresentam áreas de ressecamento intenso na pele (liquenificação), principalmente atrás das orelhas e nas dobras do cotovelo e joelhos. A Hiperceratose palmo-plantar geralmente aparece após os 5 meses de vida e pode acometer até 75% das crianças acima de 5 anos, mesmo sem deficiência de vitamina A. A investigação laboratorial geralmente é desnecessária. Alguns pacientes apresenta IgE sérica elevada para a idade, aumento da fração 4 da IgG, falso positividade em testes cutâneos de leitura imediata e diminuição do CD8 (supressor). 2.2 - Dermatite Seborréica A Dermatite seborréica é uma doença crônica, de fácil diagnóstico mas de difícil controle, e é caracterizada por descamação, prurido e hiperemia em áreas com maior concentração de glândulas sebáceas. Cerca de 3% da população geral apresenta formas mais rebeldes de dermatite seborréica, porém formas leves ("caspa") são mais freqüentes. Cerca de 1/3 das crianças portadoras de SD apresentam dermatite seborréica de moderada a severa. A dermatite caracteristicamente evoluiu com períodos de melhora intercalados por "crises", que são mais observadas quando o paciente passa por stress emocional e/ou físico ou se submete a dieta hipercalórica. A dermatite seborréica é mais rebelde em pacientes portadores de SIDA, sugerindo que a deficiência imunitária tenha um importante papel no seu prognóstico. A Dermatite Seborréica é multifatorial, estando envolvidos a predisposição individual (hereditariedade), a oleosidade da pele e a participação do fungo Pityrosporum ovale , sendo os dois últimos fatores as chaves do tratamento ou controle do problema. Quando ela se instala no couro cabeludo, pode produzir descamação fina ou formação de crostas e no geral produz muito prurido; em outras áreas, como orelhas, face, pescoço e tronco, produz mais hiperemia e o prurido é menos intenso. Em crianças observamos com alguma freqüência blefarite seborréica isolada, que tende a desaparecer com o tempo. 2.3 - Alopécia Areata 6 a 8% das crianças podem apresentar alopécia areata, caracterizada por queda total do cabelo em uma área circunscrita do couro cabeludo. A alopécia requer tratamento específico com o dermatologista e tende a ser mais severa e persistente nos portadores de SD que na população geral. 2.4 - Infecções Fúngicas As infecções fúngicas mais encontradas são a dermatite de fraldas (comumente associada à Candida albicans ) e a Tinea pedis. As onicomicoses são mais freqüentes em adultos. 2.5 - Vitiligo O Vitiligo causa despigmentação de áreas da pele, sobretudo no dorso de mãos e pés, região genital e face. Parece ter origem auto-imune, dada sua relação com diabetes e distúrbios tireoidianos, e há evidências de que seja desencadeado ou agravado por causas emocionais. O vitiligo aparece em 1-2% da população geral e é mais freqüentes em indivíduos com SD. A evolução do Vitiligo é imprevisível, podendo tanto permanecer estável por anos como avançar rapidamente, bem como ter regressão espontânea. 2.6 - Escabiose Ectoparasitose causada pelo Sarcoptes scabiei , transmissível de pessoa a pessoa. Causa intenso prurido e lesões cutâneas. É potencialmente mais agressiva em crianças portadoras de SD e tende a persistir e recorrer caso não bem acompanhada. 2.6 - Outras Calcinose Cutânea associada a Siringomas 3. Cuidados Gerais com a Pele 3.1 - O banho Devemos evitar banhos longos e com água muito quente ou muito fria. O ideal é usar água tépida, preferindo dar apenas um banho por dia. 3.2 - O sabonete O sabonete deve ser suave, com ph neutro e usado no máximo 01 vez ao dia 3.3 - Hidratante Depois do último banho, uma massagem no corpinho todo com hidratante ajuda a relaxar, estimula o vínculo mão-pai-filho e ainda ajuda a proteger a pele 3.4 - A troca de fraldas Evitar uso de lenços umedecidos, preferindo usar bastante água com algodão, passando a seguir um creme protetor a base de óxido de zinco (a maioria dos cremes protetores contem). Quando a criança evacuar, usar um pouco de sabonete líquido na higiene, secar bem e passar a pomada protetora ao redor do ânus. Assim, a pele fica mais resistente à proliferação dos fungos que são eliminados com as fezes 3.5 - Roupinhas Evitar tecidos sintéticos e roupas em demasia, adequando o vestuário à estação. 3.6 - Filtro Solar A partir dos 6 meses de vida, todas as crianças devem fazer uso regular de protetor solar. 3.7 - Ambiente O ar-condicionado pode ressecar a pele. Reforçar a hidratação da pele e aumentar a umidade do quarto usando toalhas molhadas ou balde com água 4. Cuidados Específicos 4.1 Dermatite Atópica A criança deve receber cremes com atividade anti-inflamatória (corticóide ou não). Como dito acima, a investigação laboratorial nem sempre é necessária, mas conforme a história e evolução - tais como associação com asma ou sintomas digestivos - alguns exames são requeridos. Os testes de pele abrem margem a restrições dietéticas muitas vezes desnecessárias e precisam ser avaliados criteriosamente. 4.2 Dermatite Seborréica Shampoos com atividade antifúngica nos casos de dermatite do couro cabeludo. Lembrar que o uso do Enxofre é contra-indicado nos pacientes com SD, e é um componente encontrado freqüentemente em sabonetes ceratolíticos. Na dermatite seborréica leve dos pavilhões auriculares, indicamos com freqüencia a vaselina salicilada a 1% (manipulada), pois tem ação antiinflamatória e ceratolítica, é barata e não tem ação glicocorticóide. 4.3 Dermatite de Fraldas Associamos cuidados gerais como compressas de chá de camomila, uso de maizena na troca de fraldas e cuidados específicos, com cremes contendo antifúngicos. Em alguns casos, um antifúngico sistêmico pode ser necessário, como o Fluconazol, já disponível em apresentação pediátrica. 4.4 - Escabiose Uso de escabicida em loção, de preferência a Permetrina, uso tópico em dose única, poupando face e região genital. Não prescrever sabonetes escabicidas, pois causam irritações na pele com freqüência, piorando o quadro. Outras medicações tópicas podem ser associadas, caso necessário. Evitar o uso de antihistamínicos em bebês, pelos riscos da droga nos pacientes portadores de SD. Lembrar que as pastas sulfuradas, usualmente prescritas para bebês, são desaconselhadas para pessoas com SD de qualquer faixa etária.

Dicas para pais e profissionais



Dicas para pais e profissionais

Geralmente os adolescentes com síndrome de Down são vistos sempre como crianças. Por isso, as transformações da adolescência e o início da vida adulta são etapas complicadas tanto para as pessoas com a síndrome quanto para os pais, que ficam angustiados com o crescimento dos filhos.
Sociabilidade
Os conflitos da adolescência se partilham e se elaboram em grupo. Uma das funções do grupo é a constituição da identidade do adolescente, que se dá em oposição em relação aos adultos. É comum que boa parte da dependência em relação aos pais se transforme em uma dependência em relação ao grupo, passo importante para a formação de sua individualização na idade adulta. No entanto, o adolescente ou o jovem adulto com a síndrome muitas vezes carece do grupo, o que pode levá-lo ao isolamento. Ele precisa de ajuda para entender as mudanças pelas quais está passando – precisa de informações sobre sexualidade, apoio nas relações afetivas, e fortalecimento de sua autoestima e desejo de crescer. Também devem ser estimulados a progredir no seu aprendizado escolar e na sua inserção no mercado de trabalho, ganhando mais responsabilidades condizentes com sua idade.
Sexualidade
Em muitos casos, o desenvolvimento sexual pode ser menos completo do que em outras crianças, apesar de haver variações nesse sentido – e casos, inclusive, em que a puberdade acontece de forma adiantada e há um descompasso entre características físicas, desenvolvimento mental e psicoafetivo. Em matéria de fertilidade, boa parte das meninas com síndrome de Down é fértil, ao contrário dos meninos, que geralmente são estéreis. Muitos pais enfrentam desconforto com o comportamento sexual dos filhos e negam ou ignoram sua sexualidade. É preciso entender que junto com esses fatores, os adolescentes passam por um importante processo de amadurecimento, que precisa do suporte dos pais – eles não são mais crianças e necessitam de apoio para lidar com esse início de vida adulta. Sobre contracepção, é importante orientar as meninas com síndrome de Down a respeito do tema pois, como vimos, muitas delas são férteis e precisam ter conhecimento sobre seu próprio corpo.
Depressão
Uma das questões a qual os pais devem ficar muito atentos é que essa etapa pode vir acompanhada do surgimento de quadros de depressão nos adolescentes com síndrome de Down. A própria tomada de consciência das suas limitações ou a negação delas, as mudanças corporais e a dificuldade de encontrar amigos podem levar à depressão que se manifesta de forma diferente das demais pessoas: perda de habilidade e de memória, menos motivação e atenção, alterações de apetite e sono, tendência ao isolamento, fragilidade afetiva e até como sintomas orgânicos – convém a realização de exames clínicos completos para descartar a ocorrência de problemas físicos.
Autoestima
Adolescentes com síndrome de Down devem receber um tratamento adequado para sua idade, estimulados a manter um grupo de amigos, ter liberdade para, considerando-se as limitações, fazer o mesmo que seus irmão e amigos, ter seu espaço respeitado. Para seu amadurecimento, é muito importante estimular sua autonomia e o ganho de mais responsabilidades. Da mesma forma, deve-se continuar o trabalho de construção de sua identidade em relação à síndrome, que tem início ainda na infância, para evitar comportamentos depressivos de negação – eles precisam estar conscientes das limitações da síndrome, mas também de suas múltiplas capacidades e potencialidades. O mais importante é ter em mente que educar é transmitir normas e conhecimento mas também permitir e estimular o crescimento e o amadurecimento.

Dicas para empregadores

Empregar pessoas com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais traz benefícios não apenas para os indivíduos, mas para as organizações. Para que a experiência seja positiva para todos, é fundamental enxergar as oportunidades de acordo com as potencialidades de cada um. Confira abaixo dicas importantes que podem facilitar este processo:
Além da deficiência
Compreender que o (a) profissional com síndrome de Down ou outras deficiências intelectuais é um ser humano com particularidades e potencialidades é um passo importante na hora de pensar nas oportunidades que serão oferecidas. Assim, embora seja importante compreender quais são as limitações e questões relacionadas à deficiência, é fundamental conversar com o (a) novo (a) empregado (a) para definir de que maneiras ele (a) poderá contribuir para a empresa de acordo com suas características pessoais.
Prazer, mundo do trabalho
Em virtude da falta de expectativas em relação ao futuro profissional no ambiente familiar e escolar, muitos jovens e adultos com síndrome de Down não foram apresentados ao mundo do trabalho. Assim, questões como o comportamento adequado, responsabilidade e hierarquia podem ser novidades para o (a) empregado (a) que acaba de chegar. Porém, isso não significa que essas pessoas não sejam capazes de se adaptar à rotina da empresa, muito pelo contrário. Trata-se apenas de ter disposição para facilitar sua entrada neste novo universo e explicar, sempre que necessário, quais são os direitos e os deveres relacionados ao vínculo com a organização.
Segundo a Fundação Síndrome de Down, é importante trabalhar com o exemplo dos colegas de trabalho para mostrar ao jovem que determinados comportamentos são inadequados, como por exemplo:
Atrasos e faltas sem justificativas-
 Higiene inadequada-
Confundir papel do chefe ou da equipe de trabalho-
Se negar a realizar determinadas tarefas sem motivo aparente-
É importante ressaltar que uma adaptação adequada e o acompanhamento do desenvolvimento do (a) funcionário (a) dentro da empresa são fundamentais para que situações semelhantes às citadas acima sejam encaradas com tranquilidade e resolvidas com uma conversa franca entre as partes. Em alguns casos, pode ser benéfico entrar em contato com a família ou com o (a) profissional responsável pelo acompanhamento terapêutico do (a) empregado (a), se houver.
Referência é fundamental
É muito importante que cada pessoa com síndrome de Down empregada na organização saiba de forma clara que existe uma referência dentro da empresa. Um outro funcionário – não necessariamente o seu chefe – a quem ele (a) pode recorrer em caso de dúvidas e que também acompanhe de perto a sua adaptação ao trabalho para discutir questões relacionadas com a área de relações humanas da empresa caso seja necessário. Esse apoio traz segurança para o (a) profissional com síndrome de Down, que muitas vezes se torna ansioso (a) diante da incerteza sobre diversos assuntos ligados a um ambiente desconhecido.
O tempo de cada um
A síndrome de Down está relacionada a dificuldades de aprendizado, o que significa que os funcionários com a trissomia provavelmente vão demorar um pouco mais de tempo para realizar determinadas tarefas. Isso não quer dizer que elas não serão feitas, ou que serão feitas de forma inadequada. Assim, é importante acompanhar sempre o processo de adaptação da pessoa ao trabalho para determinar, de preferência junto com o (a) funcionário (a) em questão, quais serão as suas responsabilidades e tarefas a cumprir.
A relação com os pais
Para empresas como a Light e a Oi, que empregam pessoas com síndrome de Down, a parceria com os pais é fundamental no processo de adaptação ao mundo do trabalho. Muitas vezes, os pais podem se sentir inseguros em relação à convivência de seu filho ou filha em um ambiente desconhecido, pois eles também precisam se adaptar à ideia de que a pessoa com síndrome de Down ou outras deficiências intelectuais pode trabalhar. No entanto, com o passar do tempo, percebem que a experiência pode trazer benefícios inclusive no ambiente familiar. Na fase inicial, pode ser benéfico entrar em contato com eles no sentido de tranquiliza-los ou com o profissional responsável pelo acompanhamento psicológico do (a) empregado (a), se houver.
Orientações aos colegas de trabalho
A falta de acesso a ambientes inclusivos pode fazer com que algumas pessoas apresentem diversas dúvidas relacionadas à síndrome de Down. A falta de conhecimento pode gerar distanciamento e até mal-entendidos entre funcionários, prejudicando a cultura de inclusão e o ambiente de trabalho da empresa. Por isso, é importante que um profissional especializado converse com a equipe que receberá o (a) novo (a) empregado (a) sobre o assunto para criar um ambiente adequado e propício para a adaptação da pessoa com deficiência.

terça-feira, 12 de março de 2013

Cientistas revertem déficit cognitivo em camundongos com Síndrome de Down

Em testes com animais, composto químico melhorou a comunicação entre células nervosas, evitando o comprometimento da cognição, memória e aprendizado

 

Uma equipe de pesquisadores conseguiu reverter alguns dos principais déficits neurológicos característicos da Síndrome de Down em camundongos. Isso aconteceu após os cientistas descobrirem que um determinado composto químico bloqueia receptores cerebrais que inibem a comunicação entre as células nervosas, comprometendo habilidades como cognição, comportamento, aprendizado e memória. E, segundo os resultados do estudo, o benefício ocorreu nos animais sem provocar efeitos adversos graves. 

 

A pesquisa, desenvolvida por cientistas da Universidade de Cantábria e do Instituto Cajal, ambos na Espanha, junto a especialistas da farmacêutica Roche, foi descrita em um artigo publicado nesta quinta-feira no periódico The Journal of Neuroscience. De acordo com Maria Clemencia Hernandez,  uma das autoras do estudo, diferentes trabalhos feitos ao longo dos últimos anos sustentam a hipótese de que uma inibição excessiva de circuitos cerebrais específicos do cérebro resulte em alguns dos sintomas característicos da Síndrome de Down, especialmente os relacionados à cognição e ao comportamento. A partir desse dado, sua equipe de pesquisa vem procurando formas de barrar essa inibição.

DIA ESTADUAL DA SÍNDROME DE DOWN





CONVITE
EDUCAÇÃO E TRABALHO: DIREITO DE TODOS


O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, DEPUTADO JOSÉ ALBURQUERQUE, CONVIDA PAIS E RESPONSÁVEIS POR PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN PARA: COMEMORAR O DIA ESTADUAL DA SÍNDROME DE DOWN QUE FOI INSTITUÍDO PELA LEI 14.658, POR INICIATIVA DO DEPUTADO VANDERLEY PEDROSA (PTB). A DATA 21 DE MARÇO FOI ESCOLHIDA POR SER O DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN. 
O PÚBLICO-ALVO PESSOAS COM DOWN E SEUS FAMILIARES.

Data: 21 de março de 2013
Hora: 17  horas
Local: Assembléia Legislativa do Estado do Ceará
       Auditórios 1 e 3
       Av. Desembargador Moreira, 2.807 – Fortaleza-CE
Informações Adicionais:
Telefones: (085) 3277-2976 –  3277-2977