existir

A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

domingo, 5 de janeiro de 2020



(clique no texto)


Publicado em 19/03/2018 por EQUIPE DIVERSA
A chegada de alunos com Síndrome de Down nas escolas comuns tem gerado muitas dúvidas entre professores, diretores, gestores públicos e familiares. Para esclarecer os mitos e incertezas que marcam a presença desses estudantes nas salas de aula, o DIVERSA selecionou uma série de vídeos e artigos de especialistas sobre o assunto, além relatos de professores que incluíram crianças e adolescentes com a Síndrome e as principais dúvidas da Comunidade DIVERSA sobre o tema. Confira!
Crianças “especiais”?
Este vídeo conta com legendas em português, francês, espanhol e italiano (ativadas pelo player)
Para o Dia Internacional da Síndrome de Down (21/03) deste ano, a ONG italiana CoorDown lançou a campanha #IncludeUsFromTheStart. O vídeo divulgado pela organização conta a história de Lea, garota de 10 anos com Síndrome de Down que quer ir à escola. De modo simples, a animação desconstrói a expressão “especial” e destaca a importância de crianças com e sem deficiência aprenderem juntas.
No site da campanha Site externo, a ONG disponibilizou um resumo das evidências de pesquisas educacionais realizadas em todo o mundo. Os estudos mostram como ambientes inclusivos beneficiam a todos. No último ano, a organização propôs uma reflexão sobre a expressão “necessidades especiais”. De forma bem-humorada, a campanha de 2017 mostrou que pessoas com Síndrome de Down, assim como todas outras, têm carências humanas básicas, não “especiais”. Veja o vídeo Site externo.
Como ensinar alunos com Síndrome de Down
Ao longo das décadas, as pesquisas também desmitificaram a ideia de que haja uma “receita” para ensinar esses estudantes. Mesmo que duas pessoas apresentem o mesmo diagnóstico, elas podem reagir de modos diferentes a uma mesma intervenção. Assim, a recomendação dada aos educadores é a de conhecer todos de forma individual, perceber como cada um aprende e valorizar suas singularidades.
Nos artigos abaixo, você encontra sugestões para identificar os interesses dos alunos, além de outras dicas para lidar com a presença de estudantes com Síndrome de Down na escola.

A prática dos educadores
Confira histórias reais de inclusão que irão te inspirar a criar suas próprias estratégias. As práticas abrangem diversas áreas do conhecimento e etapas de ensino.
Renata é uma jovem com Síndrome de Down com uma trajetória singular no ensino médio, marcada pelo protagonismo da família e empenho da escola em buscar soluções inclusivas.

Este vídeo conta com legendas em português, espanhol e inglês (ativadas na barra do player). A versão integral Site externo do documentário conta versões com audiodescrição Site externo e Libras Site externo.
Em Cianorte (PR), professores articulam conteúdos sobre diversidade para combater preconceito e bullying em escola após chegada de alunos com autismo e Síndrome de Down.

Entenda como a trajetória escolar de um jovem com a Síndrome nos ajuda a repensar o modelo de educação para uma perspectiva mais inclusiva.

Trabalho colaborativo entre mediação escolar, direção e educadores de escola do Rio de Janeiro (RJ) estimula autonomia de garoto com Síndrome de Down.

Educador de grupo de teatro inclusivo conta como montagem de espetáculo estimulou atenção e memória de adolescente.

Procurada por escola particular para assessorar educadores, especialista em inclusão relata estratégias para acolher e incluir garoto com Síndrome de Down.

Estratégias de acolhimento e articulação intersetorial garantem inclusão de aluno com Síndrome de Down em situação de vulnerabilidade em Ibiúna (SP).

Principais dúvidas e outras referências
Comunidade DIVERSA é o espaço onde educadores, gestores escolares e públicos, familiares e outros profissionais que lidam com a inclusão de alunos com deficiência compartilham dúvidas e trocam ideias. Saiba quais são as principais perguntas de nossos usuários sobre Síndrome de Down.

Saiba mais sobre Síndrome de Down no DIVERSA. Aproveite também para esclarecer dúvidas, responder perguntas e trocar ideias sobre educação inclusiva em nosso fórum. Basta se cadastrar para começar a interagir!

terça-feira, 20 de agosto de 2019

quinta-feira, 11 de julho de 2019



Educação Inclusiva: Por Que Devemos Olhar Além do Laudo
Evento promovido pela Nova Escola com especialistas e educadores discute os avanços e desafios da inclusão de pessoas com deficiência nas escolas


POR:
Tory Oliveira
20 de Fevereiro de 2019
Evento sobre Educação Inclusiva contou com intérprete de Libras/Foto: Mariana Pekin
Ao longo da última década, as discussões e dúvidas dos professores sobre a Educação Inclusiva migraram do direito ao acesso às escolas comuns para como olhar além das deficiências, trabalhar com a diversidade e avançar na aprendizagem para todos. O desafio da inclusão dos alunos com deficiência foi discutido por educadores e especialistas na última terça-feira 19 em São Paulo, em evento gratuito dirigido para professores promovido pela revista Nova Escola em parceria com o Instituto Rodrigo Mendes e a Fundação Volkswagen (FVW). No seminário Educação Inclusiva: Desafios e Oportunidades foram lançadas duas publicações produzidas por Nova Escola - a edição especial da revista Nova Escola e o Caderno Brincar - Volume 2, produzido em parceria com a FVW
Dados do último Censo Escolar mostram que 877 mil estudantes com algum tipo de deficiência estavam na Educação Básica em 2017, a quarta alta consecutiva nas matrículas.No entanto, Luiz Conceição, especialista em formação do Instituto Rodrigo Mendes, lembra que dois terços dos estudantes que estão fora da escola têm algum tipo de deficiência, segundo pesquisa da Unicef. “Se quisermos cumprir esse direito que está na Constituição, precisamos encarar isso de frente. Apesar de todos os avanços, ainda temos muito o que fazer”, afirma.
Doutora em Educação pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença da Faculdade de Educação da Unicamp (LEPED/FE/Unicamp), Eliane de Souza Ramos lembra que a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008, priorizou a inclusão dos alunos com deficiência nas escolas regulares e trouxe dois preceitos fundamentais para o trabalho educacional: todos os alunos são capazes de aprender e a deficiência não está no indivíduo.
No modelo anterior, calcado na perspectiva médica, a incapacidade, a ineficiência e a limitações centravam-se na pessoa. Já na perspectiva social, entende-se que a situação é de deficiência, uma vez que ela não é acessível, afirma. “A perspectiva inclusiva trouxe a ideia de que todas as pessoas são capazes e sujeitos ativos cognitiva e socialmente. Assim, não vou escolher o que ensinar prevendo que a incapacidade está no outro. Não é porque uma pessoa cega não vê cor que é incapaz de pensar sobre ela. Mas, se eu a excluo, a pessoa fica apartada daquele conhecimento”, diz a especialista, que propõe a adoção do termo “pessoa em situação de deficiência”.
Para Luiz Conceição, a mudança de perspectiva fez com que o professor de hoje precise se concentrar menos no laudo dos alunos com deficiência e mais em como reduzir barreiras. “Faz diferença, quando ele está preparando o planejamento anual e pensando nos conteúdos que ministrará para a turma, pensar nas barreiras que ele precisa reduzir. Um intérprete em Libras como temos aqui no evento, por exemplo, é uma forma de reduzir essas barreiras”, afirma.  
Carla Mauch, coordenadora do Mais Diferença, afirma que, quando o heterogêneo é a norma na escola, o professor passa a ter infinitas formas de aprender e ensinar. “Não vou aprender Libras porque o aluno precisa, mas porque assim terei mais uma forma incrível de ensinar e aprender. Não estou fazendo um favor para o aluno, ele tem o direito”.  
Além da deficiência 
Formadora de professores na área de Educação Inclusiva, Maria da Paz Castro destaca a importância de se olhar para além do laudo da possível deficiência e enxergar o aluno como indivíduo. Além disso, é preciso muita observação antes do planejamento e cuidado para não infantilizar os alunos com deficiência. “Eles são sujeitos e precisam ser consultados. Não se antecipe, ofereça a sua escuta e a sua observação e deixe que eles se apresentem”, aconselha.
Além disso, destaca, o cumprimento do direito dos alunos com deficiência de chegar às escolas trouxe ganhos imensos para toda a comunidade escolar. Para o professor, uma das lições é que nem todo mundo aprende da mesma forma, têm as mesmas características ou igual ritmo. “Quando os alunos com deficiência chegam à escola, depois de muita luta e sem esperar que a gente se preparasse, é preciso pensar: será que as crianças pequenas precisam ficar sentadas na cadeira o dia todo? Será que quem não aprende a ler e a escrever em uma certa idade é um fracassado? Se sim, o fracasso é de quem?”, questiona. Já para os estudantes sem deficiência, os ganhos com a escola para todos são igualmente importantes. “Eles verão que há crianças que precisam de ajuda para andar, por exemplo, e que a escola é o lugar para lidar com isso. Na escola para todos, o grupo inteiro tem a oportunidade ética de lidar com todos”, afirma.
Com 53 anos de experiência no chão da escola, a educadora Eda Luiz reafirmou a importância do diálogo e do protagonismo dos alunos ao lembrar a história do Cieja Campo Limpo, uma das principais referências de escola inclusiva e aberta à comunidade. "Em 1998, quando iniciamos, o Capão Redondo era o lugar mais violento do mundo. Quando abrimos os portões da escola para a comunidade, os alunos queriam uma escola sem carteira, sem professor e sem disciplinas - sem tudo aquilo que os oprimia. Em vez de medo, tive a confiança de que poderíamos construir juntos", explica ela, ressaltando a importância da formação ao contar que, ao receber alunos cegos, o corpo docente preocupou-se em aprender Braille. Da mesma forma, ao acolher um grupo de estudantes surdos, os professores aprenderam Libras.
Ex-aluna do Cieja, Mônica Rocha, 24 anos, lembrou da importância do acolhimento na escola em dois momentos de sua trajetória. “Estudei no Cieja até concluir o Ensino Fundamental, depois mudei de escola e não fui tão aceita. Eu ia feliz para o Cieja, mas na outra escola não conseguia acompanhar o conteúdo e fazer muitas amizades”, relata ela, que tem síndrome de Down. “Mas a Eda me deu uma segunda chance e voltei para lá como ouvinte, foi um milagre”, disse ela, que pretende se tornar professora de taekwondo.
Mônica Rocha deu seu depoimento durante evento/ Foto: Mariana Pekin
Atualmente, o Cieja Campo Limpo conta com 1.600 alunos, 282 deles com algum tipo de deficiência. "As escolas dizem que não estão preparadas para receber os alunos com deficiência, mas estamos preparados para receber alunos que passaram pela Fundação Casa, trabalhadores, senhoras ou indígenas?", provoca Eda, que, apesar de não ser mais diretora da escola desde o início de 2017, continua próxima da comunidade escolar.
Formação de professores
Responsável pela sala de recursos da Emef Paulo Nogueira Filho, o professor Paulo César dos Santos observa um salto no atendimento à demanda por matrículas, mas afirma que o momento atual deve ser de foco na aprendizagem e na qualidade do ensino. “Se o educador não acreditar que o aluno com deficiência também merece uma Educação de qualidade, vai continuar com ações contrárias às orientações, como dar uma folha para aquele estudante rabiscar enquanto se trabalha o conteúdo com resto da turma”, exemplifica. Para que o trabalho seja efetivo para todos, além da parceria entre o professor responsável pela turma e o da sala de recursos, o educador destaca quatro ações importantes para a inclusão: a adaptação do planejamento do trabalho docente,  revisão dos procedimentos de ensino, valorização das competências dos alunos e a formação continuada. “É comum o professor dizer que não é especialista e não sabe o que deve fazer”, diz.
Para Luiz Conceição, coordenador de formação do Instituto Rodrigo Mendes, o maior desafio para a formação dos professores ainda é a mudança de atitude: “É preciso olhar os estudantes com deficiência como pessoas que aprendem. Discutimos técnicas e conhecimentos, mas ao fim e ao cabo, queremos que o professor mude seu olhar com relação ao aluno”, afirma ele, que observa uma grande mudança nas dúvidas dos professores ao longo da última década. “Há 10 anos, ainda se discutia se esses estudantes deveriam ou não estar na escola comum. Hoje, a principal dúvida é como trabalhar com esse estudante”, conta.
Silvana Drago, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, concorda: “O foco dos professores hoje é saber como avançar no processo de aprendizagem e trabalhar com todas essas diferenças na sala de aula. Essa discussão só existe porque as crianças estão na rede já há muitos anos e os professores, com o seu trabalho, foram avançando”, comemora Silvana.
“Hoje, a Educação Especial tem como objetivo tornar acessível aquilo que está inacessível. Não tem a ver com adaptar o currículo ou treinar as pessoas, mas, sim, com o entendimento de que há uma singularidade que é interior e que não para de se atualizar. E que é na convivência e no diálogo que nos humanizamos e nos formamos”, conclui Eliane, da Unicamp.


terça-feira, 25 de junho de 2019



App Brasileiro Promete Ajudar Crianças com Síndrome de Down no Desenvolvimento da Fala

No Dia Internacional da síndrome de Down, conheça o aplicativo, desenvolvido em Ribeiro Preto, São Paulo, que pretende complementar o tratamento realizado por fonoaudiólogos
Sabrina Ongaratto - atualizada em 22/03/2019 07h19
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App auxilia no desenvolvimento da fala (Foto: Reprodução/EPTV)
Quando a Sofia – diagnosticada com síndrome de Down – nasceu, a mãe, cientista da computação e ICT da Unifesp, Marinalva Dias Soares, procurou a colega Alessandra Alaniz Macedo, da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. A ideia era criar uma tecnologia que pudesse ajudar não só a pequena Sofia, mas outras crianças com a síndrome, no desenvolvimento da fala. Foi aí que nasceu o aplicativo SofiaFala.
Foram aproximadamente dois anos até desenvolver um app capaz de oferecer exercícios com figuras, palavras e sons que estimulassem a pronúncia das crianças. Por meio do app, a criança repete movimentos e sons – como um beijo –, palavras e frases. A partir daí, o aplicativo compara a informação recebida com um um padrão já existente.
No entanto, segundo Alessandra, o objetivo não é fazer o papel da terapia presencial, mas sim complementar. "O aplicativo deve substituir o uso dos tradicionais caderninhos que vão e voltam dos consultórios. O fonoudiólogo é que vai criar e definir o tratamento que a criança deve fazer. O profissional ainda tem acesso e pode acompanhar o desempenho do paciente", explica. 



Sofia durante os testes do aplicativo (Foto: USP)
MUITO ALÉM DA SÍNDROME DE DOWN
Outro ponto positivo do software é que ele permite a criação de treinos que se adaptem às características de cada criança. Por isso, segundo as pesquisadoras, o SofiaFala também poderá ser usado por crianças sem Down, mas que apresentem distúrbios na fala, assim como pacientes de outras idades que passaram, por exemplo, por acidentes vasculares cerebrais (AVC).
O sistema conta também com a participação de fonoaudiólogos, profissionais de terapia ocupacional, engenharia biomédica e psicologia e, atualmente, está em fase de testes. O protótipo já foi utilizado por crianças da ONG RibDown-RP, do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIR-HE) e ainda deve ser testado por novos grupos. 
"Gostaríamos de incluir também vídeos. A visualização do movimento, além do áudio e de fotos, é importante pro desenvolvimento. Mas, pra isso, precisaríamos de novos parceiros", explica Alessandra. Quem tiver interesse, basta entrar em contato com a equipe. A expectativa é de que o aplicativo esteja disponível para download até julho deste ano, na plataforma Android. No entanto, quem quiser também poderá testá-lo antes do lançamento. "As pessoas que entrarem em contato pelo e-mail receberão uma resposta automática com informações do projeto e entrarão numa lista para serem notificadas assim que o aplicativo estiver disponível para download", finaliza Alessandra.


terça-feira, 7 de maio de 2019



Por que há dificuldade em garantir o direito à educação da pessoa com deficiência?

Em julho de 2015 foi promulgada a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/15) que estabeleceu regras para promover, em condição de igualdade, os direitos e liberdades da pessoa com deficiência. Quando o governo cria esta Lei e determina medidas para assegurar igualdade de direitos à pessoa com deficiência, promove-se ambiente mais inclusivo e diverso, de acordo com os princípios da Constituição Federal.
No campo da educação, não foi diferente. A Lei preocupa-se em dedicar um capítulo à educação (art. 27 ao art. 30) e determina que as instituições de ensino, sejam públicas ou privadas, devem garantir condições de acessibilidade para propiciar o desenvolvimento das habilidades da pessoa com deficiência.
Assim, as instituições de ensino devem garantir acessibilidade em sua estrutura física, bem como pode contratar profissionais de apoio para melhor atender o aluno que possui deficiência. É importante destacar que a Lei Brasileira de Inclusão, em seu artigo 28. § 1º, determina que não poderão ser cobrados valores adicionais dos estudantes, em razão de sua deficiência. O objetivo da norma é o seguinte: se o papel da escola é garantir educação de qualidade, ela assim deve fazer para todos os alunos, promovendo medidas de igualdade para as pessoas com deficiência.
Este artigo, inclusive, teve sua constitucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo associação que levou o caso ao tribunal, a medida exigida pela Lei criaria um ônus elevado às escolas, pois muitas teriam que alterar profundamente sua estrutura física, cujos gastos seriam relevantes, o que poderia ocasionar até mesmo o encerramento das atividades dessas escolas.
O STF, de forma diversa, entendeu que o artigo está em consonância com a Constituição Federal, especialmente em razão da pluralidade democrática. Se convivemos sob um regime democrático, a inclusão promove a pluralidade, o que converge para o objetivo de uma educação humanista, que tenha como enfoque o sujeito, suas inerentes complexidades e que seja capaz de promover o diálogo respeitoso.
Sob o ponto de vista legal, sim, as instituições de ensino devem promover alterações em sua estrutura, se necessário, e mesmo realizar outras adaptações, físicas ou não, para que a pessoa com deficiência possa ser incluída e usufrua adequadamente de seu direito fundamental à educação.
Ante esta importante conquista normativa, as instituições de ensino devem orientar os responsáveis e mesmo os próprios alunos (se maiores) acerca deste direito e mudar seus regimentos escolares, para albergar esta regra também dentro da instituição.
Infelizmente, ainda é comum que instituições de ensino rejeitem alunos com deficiência, ante a necessidade de um atendimento que leve em conta a particularidade dos sujeitos e de suas necessidades físicas ou psíquicas. A rejeição, muitas vezes, acontece de forma velada, alegando despreparo ou mesmo suposta falta de vagas. São instituições de ensino que ignoram o potencial transformador e inclusivo da educação.
Esta conduta, cabe frisar, é criminosa. A instituição de ensino que recusar vaga para pessoa com deficiência, cobrar valores adicionais, suspender o aluno sem motivação, procrastinar sua inscrição como aluno, ou mesmo cessar sua matrícula, comete crime, apenado com reclusão de 2 a 5 anos e multa (Lei nº 7.853/89, art. I). Aqueles que presenciarem a prática deste crime devem ir à Delegacia de Polícia e lavrar Boletim de Ocorrência, bem como comunicar ao Ministério Público Estadual.
Portanto, é importante que as escolas se adaptem à legislação, sob pena de correrem riscos mais gravosos. À pessoa com deficiência, é recomendável que esteja por dentro de seus direitos e saiba exigi-los e denunciá-los às autoridades competentes. Garantir o adequado cumprimento do direito à educação é um dever de todos nós.
Alynne Nayara Ferreira Nunes é advogada fundadora do Ferreira Nunes Advocacia, escritório especializado em Direito Educacional. Mestre em Direito e Desenvolvimento pela FGV Direito SP. E-mail para contato: alynne@ferreiranunesadvocacia.com.br.
Publicado originalmente em minha coluna no portal Direcional Escolas, em 06/05/2019.


segunda-feira, 22 de abril de 2019



“É Preciso Empurrar O Filho Para Fora Do Ninho” – Por Rubem Alves



Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora. Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.
Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira… Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…
Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o voo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…
Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.
Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma.
É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós. É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.
Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.

Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma.
Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança. Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.
Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase. Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno.
Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assusta por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível. Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar. E não há estrada mais bela do que essa


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019



O Que Ninguém Te Diz Sobre Pessoas Com Deficiência e Auto Preconceito!!!

A gente aqui do blog, Território Deficiente, critica muito a sociedade perante as pessoas com deficiência, que ela deixa muito a desejar, é cheia de preconceitos, padrões, não quer incluir ninguém que fuja dos padrões, enfim ela é cheia de rótulos e regras.

O que ninguém te diz sobre pessoas com deficiência e auto preconceito!!!
Tudo isso, só ferra com a vida de quem de alguma forma é totalmente diferente, exemplo as pessoas com deficiência, que precisam lidar com tudo, para tentar ser inserido (a) na sociedade.

No entanto hoje não queremos falar da sociedade, ela tem os defeitos dela, temos que discutir, como a gente faz aqui no blog, com objetivo de melhorar, porém também devemos olhar para o nosso próprio umbigo. Como a gente lida com a nossa deficiência? 

A sociedade inferioriza a pessoa com deficiência e diversas pessoas com alguma deficiência também se inferioriza, por quê? Por que parar no primeiro obstáculo que encontrar? Você pessoa deficiência sonha?

Conta pra a gente, algum dos seus sonhos!!! Agora, fale o que você faz para realizar esse sonho. Se tá difícil encontrar um sonho ou falar o que você faz para concretizar, é porque você acha que vai ser impossível realizar, pois você usa a sua deficiência e o comportamento da sociedade como desculpa!!!

Hummm é porque você pensa igual à sociedade, a pessoa com deficiência é inferior, inútil, tem que ficar isolada mesmo. É você pode reclamar da sociedade, contudo você também é assim, pior, você tem preconceito com você mesmo, não se aceita, por isso se acha inferior!!!

Estou sendo duro? Estou, mas se eu acredito na inclusão, eu tenho que acreditar em mim, não me fazer de vitima e nem de herói!!! Preciso também cutucar a sociedade, mostrar que os seus conceitos sobre as pessoas com deficiência estão errados e tenho que cutucar a pessoa com deficiência também; tenho que te mostrar que podemos, devemos que ninguém é inferior.

Temos que lutar provar para a sociedade que não se pode colocar a pessoa com deficiência no altar e nem no lixo, mostrar que somos seres humanos iguais a todos. Para isso, primeiro, você não pode se achar inferior. Segundo, "aceitar" que no mundo, existe exclusão, porém podemos diminuir e mostrar que a inclusão é totalmente possível.

Terceiro, que tinha que ser o primeiro, você se enxergar, olhar para a sua deficiência, se aceitar. Quarto, mostrar a cara, falar, falar, falar, não parar no primeiro obstáculo e se esconder. Sair da, famosa, zona de conforto, porque também é muito fácil e simples, falar; sou deficiente, ninguém me aceita, sou um lixo mesmo, então vou ficar aqui na minha!!! Isso acontece demais!!! É fácil reclamar e não agir!!!

Então vamos lá...
Não se inferiorize; 
Se aceite;
Olhe se veja;
Mostre-se;

Vamos começar a tirar a bunda do sofá, pois deficiência não é sinônimo de doença, nem de inferioridade, muito menos de ser inútil!!!

Recomendação do Território: Um e-book que nos ajuda muito e inclusive no ajudou na criação desse texto é o livreto: Superação - 4 Passos Para Se Reestruturar Internamente Rumo Aos Seus ObjetivosSe eu fosse você não sairia desse texto sem adquirir esse e-book, tenho certeza que logo estará aqui nos agradecendo por essa ótima recomendação!!! 

Fonte: https://www.territoriodeficiente.com/2019/02/o-que-ninguem-te-diz-sobre-pessoas-com-deficiencia-e-auto-preconceito.html.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019





O QUE NINGUÉM TE FALA SOBRE A SÍNDROME DE DOWN
Olá,
Assim que recebemos a notícia sobre da SD, independente se foi ainda na gestação ou logo após o nascimento do bebe, no nosso caso foi no primeiro dia de vida do Lele (parto do Lele) tudo que mais escutamos é:
Foto: Alini Merlin
“Somente pais especiais recebem um filho assim”
“Vocês vão ver como ele vai mudar a sua vida”
“Ele é uma criança de luz”
“Crianças Especiais são presentes de Deus”
“Deus não dá nada que você não possa carregar”
Confesso que a princípio todas essas frase nos deixam mais apavorados ainda, pois dentro da maternidade mesmo, ouvimos isso de diversas enfermeiras, mas nenhuma estava feliz, pareciam querer confortar a gente de uma “dor” o que nos deixava pior ainda, se perguntando, “Por que eu?” “Por que com a gente?” “o que fizemos para merecer isso?”
Dias passam, a gente aprende, reflete e passa ver tudo de uma forma totalmente diferente.
E o que ninguém te conta é que sim, seus dias vão realmente mudar, aliás sua vida vai mudar! Mas não é para pior não!
Você vai aprender ser paciente, ser menos ansioso, vai se dedicar cheio de amor para tudo com essa criança, você vai vibrar com cada conquista desse pequeno guerreiro, que de indefeso não tem nada!
Você vai ler muito, perguntar sobre tudo, você vai virar uma amostra de fisioterapeuta, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, nutricionista, ate mesmo um geneticista.
Você vai virar um bicho se alguém discordar de tudo aquilo que você aprendeu, você vai saber item por item da SD.
Você vai deixar o pediatra maluco de tantas questões. Você vai chorar de medo a cada exame que será realizado, e vai ficar sem dormir esperando todos os resultados.
Você vai criar ele para o mundo com um medo dele não precisar mais de você, você vai torcer por sua independência sem esperar nada, apenas que ele seja feliz!!
Você vai ensinar mil vezes a mesma coisa e vai se surpreender quando ele fizer, sem que você esteja esperando, alias, você já vai ter esquecido que ensinou, mas ele jamais vai esquecer o que aprendeu com você!
Você finalmente vai entender todas aquelas frases que no início doía escutar, sim, vocês são pais especiais, sim, Deus escolheu o melhor para vocês. Sim, são crianças diferentes.
E nós, somos totalmente privilegiados de poder dividir nossas vidas com eles.

Fonte: http://21motivosparasorrir.com.br/o-que-ninguem-te-fala-sobre-a-sindrome-de-down/?fbclid=IwAR1sBHvJv_NWYuUE-JbWuBCydffARcl3xJb9rbbaJ4VIxbEcgZ5oad7grXw