existir

A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

domingo, 13 de junho de 2010

Calendário de vacinação para as crianças com Síndrome de Down

Ao nascer

BCG , Hepatite B (HB)

2 meses

Poliomielite oral, Tetravalente (DTP/Hib), Hepatite B, RotavírusPn 7-valente, Menin C conjugada

4 meses

Poliomielite oral, Tetravalente (DTP/Hib), RotavírusPn 7-valente, Menin C conjugada


6 meses Poliomielite oral, Tetravalente (DTP/Hib), Hepatite BPn 7-valente, Influenza


7 meses

Influenza


9 meses

Febre amarela (para áreas de risco)

12 meses

Sarampo/Caxumba/Rubéola, Varicela, Pn-7valente, Hepatite A

15 meses

Poliomielite oral, DTP, Menin C conjugada

18 meses

Hepatite A

4-6 anos

Poliomielite oral, DTP, Sarampo/Caxumba/Rubéola

Anualmente Influenz

Projeto de REFORÇO ESCOLAR para crianças com SINDROME DOWN

A Associação EXISTIR vai proporcionar REFORÇO ESCOLAR, para crianças com SINDROME DOWN, o projeto vai fornecer reforço escolar especializado e de qualidade.

 
INSCRIÇÕES ABERTAS A PARTIR DE JULHO DE 2010

TEL. 85-9988.04.60 /9908.58.09/ 8155.6732

TEL. 3293.6967

Tratamento da síndrome de Down

Não existe um tratamento específico para síndrome de down a fim de reverter a trissomia do cromossomo 21. O tratamento engloba, na verdade, uma série de medidas para tratar os problemas clínicos decorrentes da síndrome e também uma série de medidas de estimulação precoce e inclusão para aproveitar todo o potencial da criança com síndrome de Down.

A estimulação precoce é um atendimento especializado direcionado a bebês e crianças de 0 a 3 anos com risco ou atraso no desenvolvimento global.

Este atendimento é de fundamental importância, pois possibilita dar suporte ao bebê no seu processo inicial de interação com o meio, considerando os aspectos motores, cognitivos, psíquicos e sociais de seu desenvolvimento, bem como auxiliar seus pais no exercício das funções parentais, fortalecendo os vínculos familiares.

Toda criança deve ser incluída na sociedade desde que ela nasce, começando com a inclusão em sua própria família, para então criar bases para inclusão escolar e social.

A criança com síndrome de Down deve ser inserida na sociedade desde bem pequena quando freqüenta em seus passeios de carrinho os mesmos lugares que os outros bebês sem Síndrome de Down.

Na fase pré-escolar é recomendado que a criança seja inserida em igualdade de condições com outras crianças, incentivando o desenvolvimento motor e psicossocial.

Nas fases seguintes, a partir da alfabetização, um apoio específico é recomendado, tais como reforço escolar. Ainda assim os especialistas recomendam que se evite a exclusão por meio de classes especiais separadas.

Apoios na aprendizagem de ALUNOS COM SÍNDROME DOWN

Apoios na aprendizagem




O ser humano é um ser essencialmente social que busca viver em grupos. Sendo assim, podemos entender que esta busca se dá, entre outros motivos, pela necessidade de estabelecer condutas de apoio e cumplicidade. Isto se repete de diferentes maneiras nas situações que vivemos, enfrentamos e construímos. Na escola não é diferente - o apoio é necessário e, algumas vezes, condição para aprender. Porém, apoio não é substituição, compensação ou simples eliminação de obstáculos. Também não pode ser entendido como mera facilitação para se chegar a um determinado fim. Apoio é algo essencial para, diante de dificuldades, se encontrar o melhor caminho a percorrer. Apoiar é dar condições, é fazer pontes, é prover recursos, é estimular, não deixar desistir, sempre com o cuidado de não interferir no desenvolvimento da autonomia.

Cada pessoa ou escola tem suas particularidades, portanto vai necessitar ou utilizar o recurso do apoio ou acompanhamento de diferentes maneiras e em diferentes momentos.



Inclusão escolar é o respeito à diversidade de cada aluno visto a partir de seu potencial próprio de aprendizagem. A escola inclusiva é aquela que busca um novo modo de ensinar a todas as crianças, adequando-se ao estilo de cada uma, desviando-se da tendência à homogeneização. Inclusão é processo, é construção, é transformação em curso, com direito a revisões de percurso. Não estamos falando aqui em experiências, tentativas imprudentes e resultados hipotéticos. Falamos de escolas que querem acertar, e sabem que seu dever é oferecer o que for preciso para o aprendizado e inclusão de seus alunos. Estas escolas logo descobrem carência de apoios e a ausência de fórmulas, e procuram formas de ensinar que sejam compatíveis com sua estrutura acadêmica, com sua metodologia, com o material físico e humano disponíveis.



A diversidade, tão valorizada no olhar que damos aos alunos, também está presente na escola e professores que os recebem. Diferentes contextos culturais, diferentes métodos, condições financeiras ou filosóficas, diferentes seres humanos que representam cada professor, diversos em sua formação, sua história e seus princípios e, finalmente, diferentes fases e especificidades encontradas no processo de aprendizagem e construção emocional de cada aluno, vão definir a realidade do ambiente escolar da criança.



Para ensinar a todos, a postura do olhar altamente individualizado para o aluno - não apenas o que tem SD ou outra NEE - é fundamental. A reorganização do modo de ensinar, as expectativas de aprendizagem e as adequações serão também altamente personalizadas, visando alcançar o aluno através de suas competências, seus canais de acesso. E estas competências e predisposições podem variar tanto de aluno para aluno... Como então regrar a inclusão? Como estabelecer o que é aceitável e o que não é?



Queremos abordar no presente texto uma das formas de praticar e efetivar a inclusão: o acompanhamento do aluno na escola e os apoios que ele pode precisar, em um outro momento, para aprender. É assunto sem unanimidade, levanta polêmicas e discussões. Pode ocorrer de diversas formas: em tempo integral ou em determinados momentos mais formais, em apenas algumas matérias ou em todas as consideradas acadêmicas, dentro da sala ou em espaço reservado, no turno ou no contra-turno, com assistente/tutor pessoal ou de toda a sala. Pode ser necessário e não oferecido, pode ser imposto e cobrado. E pode ser bom, adequado e produtivo, assim como pode ser desmotivante e promotor de relações de dependência. Mais uma vez, precisamos do olhar que respeita a diversidade e procurar entender cada modo de acompanhar, para então questionar, negar ou aceitar. A intenção não é determinar se apoio, reforço ou tutoria são necessários para a aprendizagem de crianças com SD (pois acabamos de demonstrar a grande variedade de aspectos que devem ser considerados para chegar a tal conclusão), mas sim a de levantar possibilidades e analisar alternativas.



Considerando a diversidade existente dentro da própria SD, não há como determinar o que é mais adequado para um ou outro aluno. A inclusão de uma criança no ensino regular não permite ousar qualquer tipo de generalização. O apoio é tão variável e sem regras quanto a inclusão - não existe fórmula, apenas a vontade de fazer acontecer e o acreditar que é possível, pontos essenciais para conhecer o aluno a partir das suas possibilidades. Todo apoio ou acompanhamento é válido desde que atenda as necessidades da criança, da família e da escola e, principalmente, desde que envolva o aluno em um processo lado a lado, e não de cima para baixo. As estratégias utilizadas como apoio em sala, como por exemplo, o uso de gravuras, vídeos e experiências práticas para favorecer a aprendizagem do aluno que tenha dificuldades em assimilar informações apenas pelo canal da audição, podem enriquecer e consolidar o aprendizado de todos os alunos da turma. Ou seja, quando falamos de apoios, vemos uma pedagogia que pode ampliar seu alcance ao pensar em caminhos e estratégias para facilitar o acesso à aprendizagem do aluno com alguma dificuldade, incrementando assim a acessibilidade aos conteúdos da classe como um todo.



Rodriguez (2007, pg. 02) analisou detalhadamente o assunto, no artigo "Integración educativa en el aula ordinária com apoyos de los alumnos com síndrome de Down: sugerencias prácticas", que adaptamos aqui:



As possibilidades de apoio ao aluno com SD são numerosas. O apoio pode ser prestado pelo professor, por professores especiais, outros professores da escola ou pelos colegas, pelos pais da criança ou terapeutas. Pode ser realizado antes, durante ou depois da aula, dentro ou fora da classe, de forma individual ou em pequenos grupos. A flexibilidade estará assegurada tendo diante de nós modelos tão variados de apoio. Se a eles somamos uma adequação curricular que respeite as especificidades do aluno, as probabilidades de êxito aumentam significativamente.

Rodriguez afirma que a inclusão de alunos com SD no ensino regular é a forma mais apropriada para sua escolarização, desde que se tomem as medidas organizativas e metodológicas adequadas para atender às necessidades que podem se apresentar.

A questão então é como realizar este processo de inclusão para que seja o mais proveitoso possível para o aluno com SD.

Parte destes alunos se beneficiaria com apoios individualizados para seguir os conteúdos curriculares da classe, alcançando os objetivos educativos que tenham sido previstos para ele. Algumas questões a serem analisadas:



- Quem proporciona os apoios?

Quando falamos de um apoio que consiste na ajuda individual do aluno para que acompanhe aprendizagens próximas às da turma, a pessoa mais adequada é a professora regente. É ela quem passa mais tempo com ele e que tem claros os objetivos que quer alcançar com os demais alunos, portanto a mais capacitada para adaptá-los à criança com SD.

Porém, professores podem declarar que não têm tempo, nem conhecimentos específicos para atender necessidades educativas especiais. Assim os apoios podem ser proporcionados por profissionais como professores especiais, pedagogos, fonoaudiólogo ou por outros professores da escola que tenham disponibilidade de tempo para reforçar determinados aspectos curriculares.

Outra estratégia de apoio é a utilização de colegas da criança, que teriam a função de ajudar no que possam. Outra forma ainda é o reforço realizado fora da escola para trabalhar os conteúdos escolares, feito pelos pais, por profissionais ou instituições especializadas, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo, procurando auxiliar a criança enquanto sua inclusão ainda não está consolidada, desenvolvendo habilidades complementares que nem sempre a escola consegue dar: autonomia, habilidades sociais, cálculo, psicomotricidade, leitura e escrita, manejo do dinheiro, etc.

 
- Quando se deve apoiar?

Os conteúdos escolares de reforço para crianças com SD podem ser trabalhados antes, durante e depois da aula. Uma vez determinados os objetivos para o aluno, se faz uma sequenciação, distribuindo os conteúdos por sessões. Cada sessão de aula tem, portanto, um plano de trabalho claro e conteúdos definidos, que podem ser explicados à criança antes da aula, de modo que chegue à classe com as noções básicas do que vai ser visto. Pode receber reforço depois da explicação ao grupo, depois da aula, de maneira que em outro horário reveja os aspectos que não entendeu ou que não teve tempo suficiente para assimilar. E pode também receber reforço durante a aula, como a ajuda de um outro professor, de um colega ou do próprio professor regente, logo após a explanação para toda a turma.

Qualquer destas táticas de intervenção permitirá à criança com SD seguir os conteúdos da aula com maior facilidade. Mais ainda, se pode empregar a estratégia combinada - na Espanha chamada de "cabeço e rabo" - que proporciona apoios antes e depois da aula, preparando o aluno previamente e reforçando posteriormente o trabalho feito na classe.



- Onde se faz este apoio?

Uma possibilidade é que o apoio aconteça fora da sala regular, em uma sala separada, de forma individual ou em pequenos grupos. Esta opção tem o inconveniente de que o aluno com SD perderá experiências educativas com seus companheiros. Mas tem a vantagem de trabalhar individualmente alguns conteúdos adaptados ao aluno, que às vezes podem ser bastante diferentes aos dos colegas, além de possibilitar o trabalho dirigido a questões específicas que podem estar comprometendo a aprendizagem globalmente: programas de reforço da atenção, memória, autonomia, linguagem, etc. Sem dúvida, o aluno também poderá receber o apoio dentro da sala regular. O trabalho simultâneo de dois professores dentro da classe é uma modalidade de apoio que pode beneficiar a todos os alunos e requer um trabalho conjunto sistematizado e bem coordenado dos educadores, que deverão programar juntos os objetivos e atividades utilizadas na sala de aula.



A missão fundamental do professor de apoio não pode se reduzir a fazer tarefas com o aluno para que possa seguir o ritmo dos demais, nem a corrigir suas condutas inadequadas para que o professor regente possa dar sua aula com tranqüilidade. É importante que seus objetivos incluam um investimento no trabalho autônomo da criança, sua participação ativa na classe, a realização de atividades ao mesmo tempo com os colegas e a melhora de sua atenção. O objetivo maior do professor de apoio é o de vir a ser desnecessário, com o aluno que seja suficientemente autônomo para estar na aula de forma participativa, ativa e produtiva.

 
- Quais conteúdos vão ser reforçados ou apoiados?

A avaliação criteriosa do aluno e a elaboração das adequações curriculares individuais definirão os seus objetivos e conteúdos. A partir disto, se definirão os conteúdos que requerem um trabalho de apoio ou reforço.

É provável que à medida que avança no Ensino Fundamental, o aluno vá necessitando de apoios ou adaptações mais significativas. Mas não há como generalizar. Cada aluno, cada matéria, deverão ser objetos de análise e adequações específicas e personalizadas.



- Como fazer?

Para que um aluno com SD (ou outras necessidades educativas especiais) possa aprender e estar realmente incluído na escola regular, o professor, além dos apoios propriamente ditos, pode tomar outras medidas complementares para aumentar a participação deste estudante. São medidas que não vão exigir um esforço excessivo do professor, vão auxiliar o aluno com SD e poderão produzir melhoras na aprendizagem de todos os alunos da classe.


Medidas relacionadas aos colegas:

- os colegas podem receber uma breve explicação sobre a Síndrome de Down.

- deve-se levar em conta que a forma como os colegas vão interagir com o aluno com SD terá como modelo a interação da professora com este aluno.

- é interessante criar a figura do aluno tutor ou de acolhida, válido para qualquer aluno novo que se incorpore à sala, que o acompanhará e ajudará nos primeiros dias.

- realizar atividades com diversos tipos de agrupamentos, pares, pequenos ou grandes grupos, para oportunizar a socialização.


Medidas para a classe:

- estruturar as aulas para todos os alunos, dando uma idéia geral do conteúdo e objetivos no início, resumindo os pontos-chave à medida que a aula vai avançando e realizando uma revisão e resumo ao final.

- estratégias de organização da informação. Confeccionar antes de cada tema um mapa conceitual, um quadro resumido ou em esquema prévio, que englobe as principais idéias da aula, para que todos os alunos conheçam antecipadamente o que vão trabalhar nas próximas horas ou dias e elaborar um resumo final ao concluir o tema.

- ressaltar as idéias fundamentais de cada aula, seja sublinhando ou destacando partes de textos, ou a partir de dicas ou resumos. Desta forma, o professor ajuda os alunos a realizar tarefas de síntese, destacando o essencial.

- organizar as aulas programando momentos para realizar supervisões individuais dos alunos ou ajudas relativas a aspectos concretos em que possam ter dificuldades. Cinco minutos após uma explicação ao grupo para que o professor se aproxime do aluno com SD e comprove que entendeu, podem ser suficientes.

- animar os colegas para que apóiem o amigo com SD e o ajudem em suas tarefas. A tradicional regra escolar que afirma que "Não se pode colar" pode ser desconsiderada aqui, pois se o objetivo final é a aprendizagem de todos os alunos, em muitas ocasiões uma breve explicação ou modelo de um companheiro é mais efetivo que todos os esforços do professor.

- ter previstos momentos de descanso na aprendizagem intercalando atividades. Encurtar os tempos de trabalho. Dois períodos curtos de atividades podem ser mais produtivos do que um período longo e cansativo.

- confeccionar um banco de materiais na sala, com atividades para cada unidade didática com diferentes níveis de dificuldade para os diferentes alunos, de reforço para os que necessitam consolidar as aprendizagens e de ampliação do conhecimento adquirido para os mais ágeis em aprender. Por exemplo, podem existir textos longos e textos curtos para cada tema.

- planejar atividades variadas para um mesmo objetivo, utilizando materiais ou estratégias diversos, para que sejam acessíveis aos que aprendem de formas diferentes.

- realizar uma distribuição flexível de espaços e tempos. Por exemplo, distribuir a turma em zonas de atividade ou tarefas e com horários em função do ritmo do trabalho dos alunos.

- limitar as exposições orais, complementando-as sempre que possível com outras formas de atividades, mais práticas e funcionais, que impliquem numa maior participação do aluno.

- revisar com freqüência o que foi trabalhado anteriormente, para verificar que as capacidades adquiridas não tenham sido esquecidas e que se está produzindo uma verdadeira consolidação da aprendizagem.



Medidas dirigidas ao aluno com SD:

- utilizar os pontos fortes para melhorar sua aprendizagem. Empregar o ensino baseado em imagens e objetos, com apoio visual para facilitar a memorização e a aplicação prática em situações reais. Por exemplo, painel com os horários de atividades, para que saiba sua rotina. Estratégias que auxiliam sua postura de estudante e comportamento adequado: cartazes espalhados pela escola com orientações, as regras, os horários, etc. Cartazes com assuntos trabalhados, temas atuais.

- a aprendizagem por meio de modelos ou por observação pode ser mais destacada nas crianças com SD. Permitir que o aluno tome seus colegas como referências antes ou durante a atividade.

- levar em conta também seus pontos fracos, por exemplo, limitando as exposições verbais em sala, reduzindo as exigências de expressão oral ou adaptando as explicações e tarefas à sua capacidade de atenção.

- se o aluno com SD tem dificuldades em captar informações por via auditiva:

falar com a criança comprovando que esteja atento, olhando no rosto e transmitindo-lhe mensagens diretas, curtas, concisas e sem duplo sentido.

sentar-se nas carteiras da frente.

reforçar as exposições, instruções e ordens orais com expressões faciais, sinais ou gestos.

escrever as palavras-chave e o vocabulário novo na lousa

conceder tempo suficiente à criança para que processe a informação e possa responder, respeitando a lentidão de sua resposta.


Segundo Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, algumas crianças com síndrome de Down precisam de apoio adicional. Este material apresenta alguns aspectos que são esperados do profissional de apoio, no que diz respeito à criança:

Aumentar o acesso ao currículo e ao desenvolvimento do aprendizado.

Garantir que a criança aprenda novas habilidades.

Ajudar a desenvolver a independência.

Ajudar a desenvolver habilidades sociais, amizades e comportamento apropriado para a idade.



No que diz respeito ao professor de apoio:

Ajudar a modificar ou adaptar as tarefas planejadas pelo professor.

Dar informações mais detalhadas sobre o desempenho do aluno ao professor.

Dar oportunidade ao professor de trabalhar individualmente com uma criança com síndrome de Down ou em grupo enquanto assume o lugar do professor.



Para esta autora, é muito importante que o professor de apoio seja visto como pertencendo a toda classe, dando ajuda a todas as crianças que necessitarem, e não como propriedade da criança com SD. Desta maneira, outras crianças da classe se beneficiam com o apoio extra. O professor da turma é o responsável pela diferenciação das atividades, e o professor de apoio poderá adaptar atividades se e quando necessário. O professor-regente nunca deve abdicar de sua responsabilidade pelo aluno com SD.


Além disso, o apoio não deve consistir apenas e nem principalmente na professora ajudante trabalhando individualmente com a criança, especialmente quando isso requer saídas da classe, o que deve ser evitado ao máximo. Embora vá haver vezes em que algum trabalho individual seja requerido, isso só deve ser feito em último caso e dentro da sala de aula, sempre que possível.



É importante estar ciente de que ajuda individual demais pode privar a criança de:

ser beneficiada da estimulação e modelos proporcionados pelos colegas.

aprender a trabalhar cooperativamente.

aprender a trabalhar independentemente.

desenvolver relações sociais com seus colegas.

O excesso de ajuda individual também pode levar a uma familiaridade grande demais e à dependência da criança ao profissional de apoio, além de ser uma relação intensa demais tanto para a criança quanto para o ajudante.



Para Reuven Feurstein, é grande a importância da experiência da aprendizagem mediada no processo da educação inclusiva. A Experiência da Aprendizagem Mediada é uma interação na qual o mediador (pai, mãe, professor) se situa entre o indivíduo mediado (filho ou aluno) e os estímulos (os objetos, problemas) de forma a selecioná-los, ampliá-los ou interpretá-los utilizando estratégias para produzir significações além das necessidades imediatas da situação. O mediador seleciona, filtra, organiza, nomeia e dá significado aos objetos, envolvendo e motivando o aluno no processo de aquisição de conhecimento e desenvolvimento de suas funções cognitivas.


O professor mediador valoriza a aprendizagem como esforço, e não como resultado. Envolve os colegas, outros professores, os pais de seu aluno, demonstrando que podemos ensinar dando ferramentas para que todos os alunos desenvolvam o hábito de pensar, refletir sobre as situações, fazer escolhas e determinar estratégias para solucionar problemas, e que possam participar das decisões, sem ser apenas o objeto delas.

A visão cooperativa da aprendizagem escolar é instrumento de grande valor, quando se usam recursos e estratégias que envolvem todos os alunos, dando ao que tem necessidades especiais um papel que respeite suas habilidades. Habilidades essas que devem ser descobertas, desenvolvidas e utilizadas na valorização deste aluno perante a turma, promovendo sempre sua auto-estima, porém sem descuidar das regras gerais e bom comportamento. Mediar a aprendizagem de um aluno é envolvê-lo efetivamente no processo, dar a ele a devida importância como protagonista de sua aprendizagem, e não apenas depositário de informações.


Para alguns alunos, em algumas matérias, em diferentes períodos escolares, o professor-regente pode desempenhar sozinho o papel desse mediador. Em outros, o apoio de outro professor pode ser necessário. Exigências adequadas são apoios importantes que o professor pode dar para seu aluno - atividades e atitudes que estejam dentro de seu campo de possibilidades. O que é muito pernicioso na inclusão é quando a criança percebe que se pede para ela coisas que não consegue realizar, ou não se cumprem combinados que existem para seus colegas como avisos quando não faz a lição de casa, avaliações muito fáceis ou inexistentes, tarefas em sala totalmente diferentes em conteúdo e dificuldade das dos outros alunos. Apoiar também significa ter expectativas positivas a respeito de seu aluno com SD, e exigências coerentes com o que se espera de todos os alunos. Peça ao seu aluno aquilo que ele pode fazer. E cumpra o que promete, sejam prêmios ou punições.

''Pensar antes'' é de profunda importância para trabalhar com seus alunos, e é também uma maneira necessária e eficiente de apoiar verdadeiramente: aulas estruturadas previamente, em que a professora tenha tido o exercício anterior de se organizar para atingir cada aluno, podem ser o antídoto para o tão comentado "despreparo".

Concluindo, apoiar é feito de gente, de estratégias, de recursos, de materiais, de flexibilidade e até de percepções mais subjetivas. O bom-senso às vezes pode ser o canal mais criativo - vai permitir ao professor reconhecer e respeitar o que seu aluno está precisando para aprender melhor naquele preciso momento: ilustrações sobre o que está sendo dito, ou sentar-se mais perto do professor ou do amigo, ou de um auxiliar que lhe aproxime do conteúdo, ou... O importante é olhar e querer ver. É acreditar e querer fazer. Esse é o apoio mais importante de todos.


Josiane Mayr Bibas

Maria Izabel Valente