existir

A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Projeto ajuda portadores de síndrome de Down a morar sozinhos
Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas (SP)
24/05/201506h00
“Faço tudo sozinha, trabalho, sou independente, mas quero ter minha casa, quero minha privacidade. Não quero morar com a minha mãe a vida inteira', afirma Marina Rodegheri Vieira, de 30 anos”
Morar sozinho e ter uma vida independente são os principais anseios de muitos adultos com síndrome de Down, mas a preocupação dos pais, mesmo com os filhos já crescidos, muitas vezes impede que eles realizem esse sonho. Entretanto, um projeto iniciado há dois anos em Campinas (SP) quer, de maneira segura, tornar esse sonho realidade. Idealizado pela Fundação Síndrome de Down, o plano tem o objetivo de ajudar essas pessoas a encontrar um lar e de dar suporte para que elas se tornem independentes.
"Faço tudo sozinha, trabalho, sou independente, mas quero ter minha casa, quero minha privacidade. Não quero morar com a minha mãe a vida inteira", disse Marina Rodegheri Vieira, de 30 anos, que nasceu com síndrome de Down, mas leva uma vida normal e será a pioneira do projeto.
Mesmo com um pouco de receio, a mãe dela, Valdirene Marta Bodegheri, aceitou a proposta e já colocou um imóvel à venda para realizar a vontade da única filha. "É claro que vai ser difícil, mas não só por causa da síndrome. Eu me dediquei a ela nos últimos 30 anos e a separação vai ser dolorosa, mas sei que ela precisa ter a vida dela e vou dar todo o apoio. É claro que ter o respaldo da fundação me dá mais tranquilidade. Mas sei que ela está preparada. Ela já é muito independente e quero vê-la feliz", conta.
Nos últimos dois anos, a fundação, sediada em Campinas, conversou com 180 famílias de portadores de Down sobre a emancipação de seus filhos. "Sensibilizamos as famílias porque todos têm o direito de escolher onde morar, com quem morar e quando sair de casa", explica a psicóloga Carolina de Freire Carvalho Carvalho, coordenadora-geral da fundação.
O plano aposta nessa experiência de "sair da casa dos pais" como uma forma de garantir os direitos das pessoas com deficiência intelectual e, também, de melhorar significativamente a autonomia, a independência, os relacionamentos interpessoais, a participação comunitária e principalmente o bem-estar pessoal.
"O apoio é bem amplo e individualizado. Vai desde ajudar a encontrar um imóvel bem localizado, ou seja, perto de supermercados, farmácias, pontos de ônibus, até a organizar a rotina e ajudar nas tarefas mais básicas, como fazer compras, separar as roupas e organizar as contas. E não há custo", afirma a psicóloga.
Segundo a psicóloga, a ideia é que, com o tempo, o projeto se espalhe pelo país. "Nosso objetivo não é criar um espaço ou um condomínio cheio de pessoas com Down. O que queremos é inseri-los em uma vida normal. Torná-los vizinhos de pessoas comuns e dar todo o apoio, como encontrar uma casa perto de centros comerciais, com fácil acesso ao transporte público, para que eles levem uma vida normal, como todo mundo", ressalta Carvalho.
Inspiração
O projeto Moradia Independente em Campinas é inspirado em um similar organizado pela Fundação Catalana, na Espanha, que atualmente apoia 100 pessoas com Down que vivem sozinhas no entorno de Barcelona.

"Nosso projeto começou há 15 anos e nunca registramos nenhum incidente grave. O que prova que uma pessoa com Down é capaz de viver sozinha", disse Josep Ruf Aixas, coordenador da Fundação Catalana.
"Não deixe que o medo da sua família te faça ficar morando junto com ela. Mães, aprendam a transformar o medo dos seus filhos em coragem", afirmou Andy Trias, adulto com síndrome de Down que mora sozinho em Barcelona.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/05/24/projeto-ajuda-portadores-de-sindrome-de-down-a-morar-sozinhos.htm

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