existir

A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cuidado com os abraços em excesso


Desde cedo me preocupo muito com a segurança da minha filha, que tem síndrome de Down. Lia aqui e ali aqueles estereótipos que ja conhecemos: eles são tão tão carinhosos, amáveis... pois é, mas ao mesmo tempo que em crianças isso pode ser uma coisa positiva, quando se trata de adolescentes e adultos, além de inapropriado, pode ser perigoso.
Lembro-me de uma mãe de uma lista de internet que frequento contando, toda orgulhosa: Minha filha abraça até o entregador de pizza! Opa, peraí, e se ela estiver sozinha e o entregador de pizza quiser corresponder? Ou levá-la dali? Se algo acontecesse, ele ainda ia alegar que a menina estava " consentindo"...
Precisamos ter cuidado redobrado na educação de nossos filhos, oferecendo modelos desde cedo, como por exemplo:
- só se abraça e beija familiares e amigos íntimos,
- a forma mais adequada de cumprimento é o aperto de mão

Uma vez estava no supermercado com minha filha ainda bebê no carrinho e veio uma moça e me falou justamente isso: "Eles são tão carinhosos, não? Outro dia estava aqui no supermercado veio uma mocinha do nada e me abraçou...”
E eu disse a ela: “Pois a senhora não espere esse tipo de comportamento da minha filha.  Ela vai ser educada a se comportar socialmente como qualquer pessoa. Não é porque tem síndrome de Down que as regras não valem pra ela.”
Com o passar do tempo, vi que minha tarefa não seria tão fácil. Primeiro porque minha filha é mesmo super expansiva e quer sair abraçando todo mundo. Segundo porque as pessoas esperam essa atitude dela e já abrem os braços para o abraço. Terceiro... que nós pais gostamos de ver nossos filhos sendo abraçados, queridos, e às vezes, mesmo sendo contra nossos princípios incentivamos essa prática.

Nós temos sempre que ficar de olho para que nossos filhos sejam tratados da mesma forma que crianças de sua idade. Na escola, por exemplo. Lembro que quando minha filha estava no maternal, vinha um grupo de menininhas de 6 a 8 anos encontrar com a minha filha na porta da escola. Tratavam a Amanda como um bebê. Mas ela já tinha 3 anos!  Lá fui eu conversar com as professoras...
Mais tarde, no jardim, na hora da educação física, quando ela pegava a bola e acertava (ou não) todo mundo gritava e batia palmas... isso não pode ajudar, porque é excessivo. via de regra, tudo que é em excesso, não é bom. Lá fui eu falar com as professoras.

E o que tem a ver o parquinho com a sexualidade? Muita coisa! Nossos filhos precisam aprender as regras sociais desde cedo. E, como na maioria das coisas, não entendem de uma hora para outra. É preciso dar o exemplo, mostrar imagens, vídeos, conversar sobre isso, uma, e outra, e outra vez. É preciso pedir às pessoas que o cumprimentam a não oferecerem o abraço enquanto eles estão aprendendo. Pode parecer antipático, mas é para o próprio bem de seu filho. Ensine-o desde cedo a seguir as regras sociais para que ele dê menos espaço a mal-entendidos e abusos.
(Por: Patricia Almeida)

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