App Brasileiro Promete Ajudar Crianças com Síndrome de Down no
Desenvolvimento da Fala
No
Dia Internacional da síndrome de Down, conheça o aplicativo, desenvolvido em
Ribeiro Preto, São Paulo, que pretende complementar o tratamento realizado por
fonoaudiólogos
Sabrina Ongaratto - atualizada em 22/03/2019
07h19
Compartilhar
App auxilia no
desenvolvimento da fala (Foto: Reprodução/EPTV)
Quando
a Sofia – diagnosticada com síndrome de
Down – nasceu, a mãe, cientista da computação e ICT da Unifesp,
Marinalva Dias Soares, procurou a colega Alessandra Alaniz Macedo, da
Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. A ideia era criar uma
tecnologia que pudesse ajudar não só a pequena Sofia, mas outras crianças
com a síndrome, no desenvolvimento da fala. Foi aí que nasceu o aplicativo
SofiaFala.
Foram
aproximadamente dois anos até desenvolver um app capaz de oferecer exercícios
com figuras, palavras e sons que estimulassem a pronúncia das crianças. Por
meio do app, a criança repete movimentos e sons – como um beijo –, palavras e
frases. A partir daí, o aplicativo compara a informação recebida com um um
padrão já existente.
No
entanto, segundo Alessandra, o objetivo não é fazer o papel da terapia
presencial, mas sim complementar. "O aplicativo deve substituir o uso dos
tradicionais caderninhos que vão e voltam dos consultórios. O fonoudiólogo é
que vai criar e definir o tratamento que a criança deve fazer. O profissional
ainda tem acesso e pode acompanhar o desempenho do paciente",
explica.
Sofia durante os testes do
aplicativo (Foto: USP)
MUITO ALÉM DA SÍNDROME DE DOWN
Outro
ponto positivo do software é que ele permite a criação de treinos que se
adaptem às características de cada criança. Por isso, segundo as pesquisadoras,
o SofiaFala também poderá ser usado por crianças sem Down, mas que
apresentem distúrbios na fala, assim como pacientes de outras idades que
passaram, por exemplo, por acidentes vasculares cerebrais (AVC).
O
sistema conta também com a participação de fonoaudiólogos, profissionais de
terapia ocupacional, engenharia biomédica e psicologia e, atualmente, está em
fase de testes. O protótipo já foi utilizado por crianças da ONG RibDown-RP, do
Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto
(CIR-HE) e ainda deve ser testado por novos grupos.
"Gostaríamos
de incluir também vídeos. A visualização do movimento, além do áudio e de
fotos, é importante pro desenvolvimento. Mas, pra isso, precisaríamos de novos
parceiros", explica Alessandra. Quem tiver interesse, basta entrar em contato com a equipe. A
expectativa é de que o aplicativo esteja disponível para download até julho
deste ano, na plataforma Android. No entanto, quem quiser também poderá
testá-lo antes do lançamento. "As pessoas que entrarem em contato pelo
e-mail receberão uma resposta automática com informações do projeto e entrarão
numa lista para serem notificadas assim que o aplicativo estiver disponível
para download", finaliza Alessandra.