A
TECNOLOGIA ASSISTIVA COMO RECURSO PARA A INCLUSÃO ESCOLAR
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14AMERICA/SAO_PAULO FEVEREIRO 14AMERICA/SAO_PAULO 2017 POR: ANE
CAROLINE JANIRO DEIXE UM
COMENTÁRIO
A Política da Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva propõe que o estudante com deficiência,
transtorno do espectro autista (TEA) ou altas habilidades/superdotação seja
matriculado preferencialmente na rede regular de ensino e orienta os sistemas
de ensino a promoverem respostas às necessidades educacionais especiais
(NEEs), garantindo, entre outras coisas, o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), a acessibilidade (urbanística, arquitetônica, nos
mobiliários, nos equipamentos, nos transportes, na comunicação e na informação)
e a formação dos professores para a inclusão (BRASIL, 2008, p. 8).
O AEE deve ser ofertado nas Salas de Recursos Multifuncionais
(SRM) e tem como objetivo complementar ou suplementar a formação dos
estudantes. Dentre as atividades realizadas no AEE, a Política indica que devem
ser disponibilizados recursos de Tecnologia Assistiva (TA) (BRASIL,
2008, p.10).
De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, Tecnologia
Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL,
2007).
A
utilização da TA no AEE depende das características individuais do estudante,
do conhecimento do professor sobre a TA e da disponibilidade das mesmas na SRM.
Desta forma, na perspectiva da Educação Inclusiva tem-se o
destaque ao uso da Tecnologia Assitiva (TA) como possibilidade de inclusão no
ensino regular de estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (NEE),
principalmente daqueles com alguma deficiência ou com Transtorno do Espectro
Autista (TEA), que apresentam limitações na comunicação e na interação social. A
TA deve ser utilizada com os referidos estudantes na sala de aula do ensino
comum e, principalmente no AEE. Bersch afirma que “no contexto
educacional inclusivo, a tecnologia assistiva caracteriza-se como um conjunto
de recursos que promovem o acesso e a participação dos alunos com deficiência
na aprendizagem […]” (BERSCH, 2009, p. 15).
As opções de TA que podem ser utilizadas com estudantes que apresentam
algum tipo de NEE são bastante diversas. Incluem desde tecnologias simples que
o próprio professor pode confeccionar como pranchas de comunicação e outros
mais complexos como recursos de acessibilidade ao computador, softwares mais
elaborados, leitores, vocalizadores, controladores eletrônicos de ambientes,
etc. Os recursos de TA, desta forma, se diferenciam em recursos de alta e de
baixa tecnologia. Os recursos de baixa tecnologia são
geralmente definidos como passivos ou fáceis de usar, mais baratos e com poucas
partes móveis, como por exemplo: instrumentos customizados para as
mãos, adaptações para recursos de escrita, apoio para livros, recursos para
facilitar o alcance, talheres adaptados e materiais como velcro,
antiderrapantes, fitas adesivas, etc. (MARTINS, 2011, p. 38). Já os recursos
de alta tecnologia são geralmente definidos como recursos mais
complexos e que apresentam componentes eletrônicos, tais como computadores,
vocalizadores, equipamentos para o controle de ambiente, cadeiras de rodas motorizadas,
etc. (INGE e GALVIN apud MARTINS, 2011, p. 38).
A TA é essencial na garantia do direito à educação das pessoas com
deficiência e/ou Transtorno do Espectro Autista, sendo um fator que contribui
e, em muitos casos, possibilita a inclusão escolar. Por isso concordamos com Bersch “que se fazem necessários na
escola o conhecimento e a aplicação prática da tecnologia assistiva” (BERSCH,
2009, p. 21).
O
conhecimento sobre a TA na escola, vai circular a partir do professor,
especialmente, do professor do AEE, o que traz implicações relacionadas à
formação desse profissional. É necessário que o professor do AEE tenha sólido
conhecimento no que se refere às Tecnologias Assistivas, pois são consideradas
de sua atribuição o uso e a confecção das mesmas. Nesse sentido, é importante
que as mantenedoras propiciem ao professor atuante nesse espaço a participação
em formações específicas. Além disso, é compromisso do próprio professor buscar
estar atualizado e capacitado para a execução do seu trabalho. Existem vários
cursos, inclusive em plataformas públicas de Educação à Distância que fornecem
formações sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação de uma forma geral e
de Tecnologias Assistivas, mais especificamente.
Somente
com o conhecimento do que há disponível e do que pode ser confeccionado o
professor poderá realizar a avaliação adequada da necessidade de uso de
tecnologia assistiva do estudante com deficiência ou TEA. Com isso, o professor
do AEE também poderá auxiliar o professor da classe comum e a família do
estudante, pois muitas TA são imprescindíveis nas atividades de vida diária, as
chamadas AVD’s e podem ser utilizadas em casa, possibilitando uma maior
autonomia e uma melhor qualidade de vida.
Referências:
BERSCH, R. Design de um Serviço de Tecnologia Assistiva em
Escolas Públicas. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Escola de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Design, Porto
Alegre, BR-RS, 2009.
Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18299/000728187.pdf?sequence=1.
Acesso em sete de fevereiro de 2017.
BRASIL. CORDE, Comitê de Ajudas Técnicas. ATA VII. 2007. Disponível
em http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reunião_do_Comite_de_Ajudas_Técnicas.doc.
Acesso em sete de fevereiro de 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
2008. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf.
Acesso em sete de fevereiro de 2017.
MARTINS, D.S. Design de Recursos e Estratégias em Tecnologia
Assistiva para Acessibilidade ao Computador e à Comunicação Alternativa.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de
Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Design, Porto Alegre, BR-RS, 2011.
Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/38706/000823437.pdf?sequence=1.
Acesso em sete de fevereiro de 2017.
Fonte: https://psicologiaacessivel.net/2017/02/14/a-tecnologia-assistiva-como-recurso-para-a-inclusao-escolar/
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