Do Luto à Luta
Em 1990 quando minha mãe
descobriu que seu filho (eu) tinha uma doença degenerativa, muito rara
(tetraparesia por doença de Charcot Marie Tooth) e que teria que fazer
fisioterapia para o resto da vida, que aos 18 anos a atrofia o jogaria em cima
da cama como um vegetal e que não tinha cura ou possibilidade de melhorar, foi
um balde de água gelada na felicidade da família.
Porque comigo? Porque com ele?
Seriam perguntas plausíveis e aceitáveis, reclamar, questionar, murmurar seria
mais fácil, entretanto ela preferiu lutar. Contra tudo e contrariando as
expectativas de todos.
Diariamente, de segunda a
sexta-feira, chovendo ou fazendo sol, íamos para a ABBR (famoso centro de
reabilitação no Rio) exames, medição, muita dor e muitas lágrimas depois.
Estou aqui, contanto que vi, vivi
e venci.
Tenho 30 anos, casado, 1 filho
(sem deficiência) sou presidente de uma ONG para pessoas com deficiência em
Cavaleiro - Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. Digo e
repito, você mãe, você pai, não desista dos seus filhos, o caminho é árduo,
você encontrará muitos para criticar e poucos para apoiar, mas essa missão tão
nobre só é concedida a pessoas extremamente especiais, assim como você.
A aceitação de ter um filho com
deficiência, passa por 3 (três) etapas:
LUTO, CONSCIENTIZAÇÃO (informação),
LUTA.
- LUTO
No princípio, a sensação é
semelhante a um punhal flamejante enfiado no peito, dilacerando e pulverizando
os sonhos e projetos que todas as mães anseiam para os seus rebentos. O nó na
garganta, a angustia, o desespero, a desesperança, vem seguidas do choro
torrencial, necessário para afogar a amargura do impacto inicial do frio
diagnostico.
- CONSCIENTIZAÇÃO
Quando se absorve a noticia é
necessário se informar sobre. Muito se especula, crendices e superstições,
tendem a atrapalhar nesse processo. Se faz necessário, um acompanhamento médico
especializados, exames aprofundados e muita paciência no dia a dia. Afinal
conduzir uma criança, a pratica cotidiana de exercícios é um desafio e tanto.
- LUTA
A única maneira de tornar a
criança deficiente, o mais independente possível é indo a luta.
Muitos meios para estabilizar ou
mesmo reabilitar uma pessoa com deficiência, são desenvolvidos diariamente em
todo o mundo. O avanço da medicina, aliado a tecnologia é a esperança de
muitos.
Fisioterapia, hidroterapia, T.O
(Terapia Ocupacional) Fonoaudiologia, Salas de assistência,
terapias alternativas e uma infinidade de métodos, aplicados a cada
tipo de patologia, são mecanismos científicos, com os quais se pode superar
as limitações patológicas.
Lute!
#DeficienteEficiente
#DeficienteEficiente
Fonte:
http://deficientecronicaseficiente.blogspot.com.br/2016/12/do-luto-luta.html
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