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A EXISTIR surgiu em meados de 2002, por iniciativa de um grupo de pais de crianças com Síndrome de Down, com o propósito de constituir uma entidade privada, sem fins lucrativos, que apoiasse crianças portadoras de necessidades especiais, em especial a Síndrome de Down. Fundamos a Entidade em fins de 2004, com o seu registro em 25.01.2005, tendo por objetivo um projeto diferenciado, ou seja, trabalho em grupos de crianças com Síndrome de Down a partir dos 2 anos de idade.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Especialistas recomendam suplementação alimentar para síndrome de Down

Norm Schwarcz é médico especializado em Medicina Funcional Integrativa, com experiência no tratamento de crianças e adultos com síndrome de Down ou problemas médicos crônicos.
Kent MacLeod é farmacêutico clínico e especializou-se em suplementação alimentar e nutrição ortomolecular de pessoas com síndrome de Down, Autismo e outros transtornos do desenvolvimento.
Os dois se apresentaram na “2014 Mission Possible Down Syndrome Cruise Conference”, conferência sobre síndrome de Down realizada nos EUA e Canadá em julho de 2014 à qual o Movimento Down esteve presente.
Nossa representante no evento, Christiane Aquino Bonomo – Cofundadora e Conselheira do Movimento Down – participou das palestras de ambos especialistas e relata abaixo o que foi dito. Os dois trataram de epigenética e o impacto da suplementação alimentar no desenvolvimento e na saúde de pessoas com síndrome de Down.
A epigenética é o estudo das alterações da expressão dos genes adquiridas por um organismo vivo ao longo de sua vida que, apesar de não alterarem a sequência do DNA, são transmitidas para as gerações seguintes.
Estudos indicam que essas variações podem ser causadas por fatores externos, como mudanças químicas influenciadas pela alimentação, por exemplo.
O Movimento Down lembra que, antes de se introduzir qualquer suplementação na rotina dos indivíduos com síndrome de Down, é necessário consultar um médico.
Epigenética e suplementação alimentar – por Christiane Aquino Bonomo
“A terra é plana”. “Mulheres não têm cognição suficiente para votar”. “Não se pode tratar a síndrome de Down”. O Dr. Norm Schwarcz abriu sua palestra com essas afirmações e lembrou que elas já foram consideradas verdades científicas por muito tempo.
Hoje, especialistas defendem que, além de estimulação precoce, educação em escola regular e convivência em sociedade, também a epigenética pode ser uma grande aliada na melhoria da saúde, da cognição e da qualidade de vida de pessoas com síndrome de Down.
A epigenética aplicada à síndrome configura-se no uso de suplementação (vitaminas, sais minerais e outros nutrientes) para melhorar desequilíbrios bioquímicos relacionados à terceira cópia do cromossomo 21 e, por meio dessa intervenção (TNI – Target Nutrition Intervention), mudar a expressão de certos genes do cromossomo 21.
Segundo os especialistas, a deficiência de minerais e vitaminas em pessoas com Down tem sido verificada em diversos estudos clínicos.
A deficiência de certos folatos, por exemplo, pode alterar a metilação (ciclo SAM) em pessoas com a síndrome, causando desequilíbrios celulares significativos. Além disso, um dos genes da terceira cópia do cromossomo 21 é responsável pela oxidação excessiva das células por meio da peroxidase (SOD) das células desses indivíduos. Acredita-se que esse estresse oxidativo, como também é chamado, pode ser um dos fatores a causar a hipotonia, comum em pessoas com síndrome de Down.
Para combater a superoxidação e o desequilíbrio da metilação, uma alimentação saudável e rica em antioxidantes é importante, mas ainda não é suficiente para combater, de maneira, efetiva, os danos causados, de acordo com Kent McLoed. Por isso, ele recomenda o uso de suplementação através de fórmulas e vitaminas que prescreve a seus pacientes.
Estudos apontam também que sintomas que atrapalham o aprendizado, e que são relatados por muitos pais (como o ranger de dentes), são causados pela falta de certos minerais – normalmente magnésio, zinco ou orotato de lítio – no organismo de indivíduos com a trissomia.
Os dois especialistas defendem que é importante realizar exame de sangue pelo menos uma vez por ano para rever os níveis de vitaminas, minerais e nutrientes. Afirmam ainda que, para o tratamento correto, os níveis de certos nutrientes devem ser ingeridos em níveis bem acima do normal para a população comum, sobretudo vitamina C, vitamina E, zinco, selênio, magnésio, ômegas e colina (parte do complexo B de vitaminas).
Abaixo, seguem os testes recomendados pelo Dr. Schwarcz para análise das reações bioquímicas e do nível de determinados nutrientes em pessoas com síndrome de Down.
Para avaliar como será aplicada a suplementação inicial:
- Ácido Úrico
- Ácidos graxos essenciais
- Ácidos orgânicos
- Aminoácidos
- Amônia
- Análise de fezes
- CBC
- Cobre/zinco
- Doença celíaca
- Ferritina
- Ferro / capacidade de ligação de ferro
- Função imune
- Iodo
- Marcadores do estresse oxidativo
- Metais pesados
- Painel Lipídico
- Selênio
- Temperatura corporal basal
- Tireoide: T3 e T4 Livres, T3 Reverso / anticorpos anti-TPO
- Vitaminas A e D
Para avaliar o nível de estresse oxidativo do paciente e adequar a quantidade e o tipo de antioxidantes:
- 8-OH Desoxiguanosina – produto específico do dano oxidativo do DNA
- Glutationa reduzida
- HDL/LDL oxidados
- Isoprostano urinária
- MDA-Dialdeído Malônico (urina)
- Peróxidos lipídicos
Os suplementos mais recomendados durante a conferência foram:
Curcumin: potente antioxidante, antimicrobial, modulador de proteínas e ativador de neurogênese (criação de neurônios) por meio do aumento da serotonina e do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF).
- Referências (em inglês): http://dsdaytoday.blogspot.com.br/2011/03/longvida-curcumin.html – Blog mantido por uma mãe de criança com síndrome de Down, recomendado por mais de um conferencista. Traz uma lista de estudos sobre o assunto.
Ômegas: apoiam a reprodução celular em áreas importantes do cérebro, como o hipocampo.
- Referências (em inglês): http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15672635
EGCG – chá verde: inibe a expressão triplicada do gene DYRK1A, responsável por causar parte da deficiência cognitiva de pessoas com síndrome de Down. Os primeiros testes em humanos foram realizados pela Jerome Lejeune Foundation e liderado pela Professora Mara Dierssen, com resultados muito positivos.
Phosphatyl-choline (PC): é um fosfolipídeo construtor de células cerebrais com benefícios cognitivos/neurológicos verificados não somente em pessoas com síndrome de Down, como também Parkinson e Autismo.
Palestras completas:

Fonte: http://www.movimentodown.org.br/2014/08/especialistas-recomendam-suplementacao-alimentar-para-sindrome-de-down/

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